Que dos olhos patentes do Senhor nada passe. Um marido exemplar, maravilhoso, amoroso. Perdi um pai, um amigo, um irmão, tudo que pensar. Essa foi a definição feita pela esposa do pastor Fernando Pissarra, 58 anos, morto a tiros após abrir a igreja, em São Marcos, a Serra, na noite de domingo. A professora Sara Pissarra disse que o marido fará falta aos que o amavam. Cumpriu uma missão linda aqui na terra, mas que deixou um buraco muito grande em quem ama ele de verdade, completou.
Ela foi amparada por amigos e familiares durante o enterro do marido, na tarde de segunda-feira, no cemitério de Serra-Sede.
Uma das filhas, a química Fernanda Pissarra, 21 anos, descreveu o pai como uma pessoa honesta e que dedicou a vida à ajudar pessoas. Meu pai era a pessoa mais honesta que eu conheço, sempre gostou das coisas certas na vida. E sempre foi meu exemplo. Foi mas deixou um legado muito bonito: de professor, pastor, pai e já teve uma ONG também onde ajuda várias pessoas. A vida inteira dele foi dedicada para ajudar os outros, um coração gigante. Foi uma injustiça que não tem explicação o que fizeram com ele, contou a filha.
Fernanda estava em casa quando o pai foi morto e chegou a ouvir os disparos e chegou a se esconder embaixo da cama. Passamos o dia todo juntos, ajudei ele a fazer os trabalhos da faculdade. Eu saí pra trabalhar, dar aula, e quando eu voltei, eu estava sozinha em casa, ouvi os três disparos e a porta da cozinha abrindo. Corri pra debaixo da cama, pensei tá aqui dentro. Fiquei debaixo da cama esperando aí, eu vi que não tinha som de passos. Levantei e fui para a cozinha, de onde escutei os disparos. Cheguei lá e encontrei com ele, gritei e meu primo chegou. Tentei aferir batimentos, mas ele já não tinha mais. Mesmo assim, meu primo socorreu ele pra UPA, lembrou a jovem.
Ao ser questionada se havia algum motivo para o crime, Fernanda foi enfática: Não temos ideia do que houve, estamos sem entender. Acho que as pessoas não gostam de pessoas boas, afirmou a filha do pastor.
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