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'Não sei se continuo morando aqui', diz agricultor assaltado em sítio de Viana

"Não sei se continuo morando aqui", diz agricultor assaltado em sítio de Viana

Um agricultor de 51 anos foi rendido por três bandidos armados na madrugada deste sábado (15) enquanto se preparava para trabalhar em uma feira da Grande Vitória.

Publicado em 15 de junho de 2019 às 16:58

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Agricultor é rendido por três bandidos em Viana . (Marcelo Prest)

O

na madrugada deste sábado (15) em seu sítio localizado em Formate, zona rural de

, disse que pretende mudar da região após o crime. De acordo com a

, eram 2h30 quando Elvison de Andrade Grijó, de 33 anos, conhecido como Russo, Lucas Mariano Ferreira de Oliveira, 24 anos, e Lincoln Ferreira Stein, 23 anos, chegaram ao local armados com uma pistola calibre 9 milímetros equipada com mira a laser.

Há quanto tempo o senhor mora nessa região?

Tenho 51 anos de idade e moro aqui desde sempre. Sou feirante há 39 anos. Sou agricultor: planto banana, coco, aipim e trabalho em feiras da Grande Vitória.

Quando foi rendido, o senhor estava se preparando para trabalhar?

Sim. Sempre levanto nessa hora, por volta de 2h, para preparar o carro, ver se tá tudo certo para ir até um outro galpão carregar o carro com as mercadorias e seguir para a feira. Essa é a minha rotina de quarta a domingo. Nos outros dias eu trabalho na roça.

E sua mulher e o seu filho também já estavam acordados quando os bandidos chegaram...

Minha mulher sempre levanta junto comigo para preparar o café. Aos sábados, ela costuma me ajudar na feira também. Quando os bandidos chegaram, a primeira coisa que pensei foi na minha família, sabia que eles estavam em casa e que se eles entrassem, podiam fazer alguma maldade com a gente.

E como foi a abordagem deles?

Eles chegaram encapuzados com uma arma na mão e falaram que era um assalto. Fiquei muito assustado, temendo pela minha vida e pela vida da minha família. Eles apontavam a arma para minha cara e diziam que iam me matar se eu não entregasse o que eles queriam.

O que eles queriam?

Ah, falavam que queriam dinheiro e que queriam o cofre senão iam atirar na minha cabeça. Mas eu disse que não tinha cofre. Então eles mandaram eu entrar. Amarram as minhas mãos com uma corda e me deixaram em pé no corredor de casa. Eles reviraram a casa toda. Viram o celular do meu filho e mandaram eu desbloquear, só que eu estava tão nervoso que nem consegui. Eles acharam um dinheiro, mais de R$ 5 mil, guardados em uma sacola em um guarda-roupa e também roubaram joias da minha mulher.

O senhor falou que quando foi rendido, sua mulher e seu filho estavam em casa. Ao entrar, não viu os dois lá. O que pensou na hora?

Pensei: ‘minha mulher é esperta, deve ter se escondido ou corrido para pedir ajuda’. Ainda bem que eles não estavam lá porque poderia ter sido bem pior. Antes de irem embora, os ladrões amarraram os meus pés e colocaram no banheiro. Como eles deixaram a porta aberta, eu ouvia eles mexendo nas coisas. A todo tempo eu achava que eles iam voltar no banheiro e atirar em mim. Eles falaram muito isso enquanto estavam lá.

O senhor já tinha sido assaltado antes?

Em casa, nunca tinha vivido isso. Em 2017, fui assaltado no bairro Universal, em Viana, voltando de uma feira. Estava de carro com minha família. Os bandidos fecharam o carro e roubaram R$ 5 mil. Na época, eu nem registrei o caso na polícia.

Um dos presos é morador da região. O senhor o conhecia?

É um colega do bairro. Nunca pensei que ele pudesse fazer isso com a gente. A gente tomava cerveja juntos, jogava baralho… Nem tenho muito o que falar sobre isso porque eu nem sei o que pensar.

E agora, pretende mudar a rotina, ampliar a segurança do imóvel?

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Não sei o que fazer ainda. Neste fim de semana eu vou descansar para tentar esquecer um pouco tudo que aconteceu. Por enquanto, está me incomodando muito, estou preocupado. Para falar a verdade, eu nem sei se vou continuar morando aqui. Não quero mais. Estou com medo, revoltado. A gente acorda cedo para trabalhar e o bandido vem tirar o sossego da gente. A polícia fez um bom serviço, mas só Deus sabe se essas pessoas vão voltar para fazer uma maldade com a gente.

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