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Ajudante de pedreiro faz filha de dois meses refém em Vitória

Ajudante de pedreiro faz filha de dois meses refém em Vitória

A mãe do bebê, uma dona de casa de 44 anos, contou que o marido começou a briga após ela ter saído para visitar a irmã e o cunhado

Publicado em 28 de julho de 2019 às 12:48

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Criança é feita refém no bairro Resistência, em Vitória. (Ricardo Medeiros)

Um bebê de apenas dois meses está sendo feito refém há mais de 14 horas pelo próprio pai, um ajudante de pedreiro, no bairro Resistência, em Vitória, desde a madrugada deste domingo (28). A residência onde os dois estão fica no Beco América do Sul.

A mãe do bebê, Lucimara Pereira Falcão, uma dona de casa, de 44 anos, contou que a briga teve início na noite deste sábado (27), quando ela retornou da casa da irmã e do cunhado dela. O ajudante de pedreiro, identificado como Adilcimar Ribeiro dos Santos, 42, teria ficado nervoso após ter encontrado com ela no caminho que ela fazia da casa da irmã para a casa do cunhado e tê-lo cumprimentado apenas de longe, pois estava com a bebê no colo. Segundo Lucimara, ele achou que ela o ignorou.

Ainda de acordo com a dona de casa, durante a discussão, ela tentou se explicar, mas ele não quis ouvir o que ela tinha a dizer e saiu da residência. Por volta de meia noite, ele retornou para a casa onde moram e estava visivelmente alterado. Ela conta que Adilcimar voltou a discutir com ela, mas dessa vez ele a acusava de ter deixado o portão da casa aberto.

Segundo Lucimara, ainda durante a briga, ela disse que não queria mais continuar com o relacionamento. Revoltado, o ajudante de pedreiro pegou uma faca e disse que se ela o abandonasse, ele mataria a filha do casal, a Kiara de apenas dois meses, e depois se mataria.

A dona de casa Lucimara Pereira Falcão é mãe do bebê de dois meses feito refém no bairro Resistência, em Vitória. (Ricardo Medeiros)

Com medo da reação do marido, a dona de casa pediu que a filha dela, de apenas nove anos, saísse do local. De acordo com Lucimara, o homem fez muitas ameaças ao bebê e depois saiu com a criança no colo pelo bairro.

Lucimara explicou ainda que ficou a espera do esposo na frente da casa onde moram. Quando ele retornou, entrou na residência e impediu que a mulher entrasse também, dizendo que iria matar a filha do casal. Segundo a polícia, a criança começou a ser feita refém por volta de 1 hora da madrugada deste domingo (28)

Adilcimar Ribeiro dos Santos faz bebê de dois meses refém em Vitória. (Reprodução)

DESPEDIDA

Lucimara contou que enquanto segurava uma faca, Adilcimar pediu que as duas filhas da dona de casa, uma de nove anos e a outra de 20, beijassem a bebê para se despedirem da criança. A irmã mais velha foi até o local depois que a irmã mais nova foi até a casa dela chamá-la para ajudar com a situação.

A jovem de 20 anos se recusou a obedecer a ordem do padrasto, mas ele insistiu e aproximou o rostinho da bebê na grade. Nesse momento, a irmã mais velha se aproximou, tentou pegar a faca do ajudante de pedreiro, mas ele puxou a arma e ela acabou ferida.

Irmã de 20 anos tem dedo cortado após tentar tirar faca de ajudante de pedreiro para salvar bebê no bairro Resistência. (Ricardo Medeiros)

Lucimara relata ainda que depois dessa situação, o ajudante de pedreiro subiu para o terraço da residência, ainda com a bebê no colo, e ameaçou jogar ela. Adilcimar chegou a pendurar a menina pelo pé. Comovidos, moradores da rua se mobilizaram e colocaram colchonetes e travesseiros na calçada da casa.

Uma equipe da Polícia Militar, da Companhia Independente de Missões Especiais (Cimesp) e uma ambulância do Samu estão no local acompanhando a ocorrência. A Polícia Militar segue em negociação com o criminoso. Ele exige que a mulher entre na casa, mas ela segue dentro de um carro da polícia, durante o processo de negociação.

ALIMENTAÇÃO

A última alimentação da bebê, de dois meses, tinha sido na noite deste sábado (27). Após passar a madrugada inteira com fome, os negociadores da polícia conseguiram convencer o pai de alimentar o bebê com uma mamadeira na manhã deste domingo (28). A própria mãe da criança fez a retirada do leite, colocou no recipiente e um dos negociadores fez a entrega ao Adilcimar.

Até as 10h30 deste domingo (28), a situação permanecia a mesma no local. Enquanto a polícia negocia com o pai da criança, vizinhos se reuniram na frente da casa para acompanhar o desfecho do caso que mobilizou todo o bairro. Já por volta de 11h10, a polícia afastou a população porque o barulho estava atrapalhando a negociação com o pai da criança.

No início da tarde, mais uma mamadeira foi entregue ao pai da criança para alimentar a bebê. Segundo a família, a negociação continua e nenhuma informação foi passada pela polícia.

O trabalho de negociação acontece de forma sigilosa.

Com informações de Elis Carvalho

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