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'Meu presente de aniversário', diz mãe de Ana Clara sobre condenação

"Meu presente de aniversário", diz mãe de Ana Clara sobre condenação

Ana Katia Rodrigues Félix conversou com a reportagem do Gazeta Online sobre o que sentiu ao saber que Itamar foi condenado a 31 anos de prisão

Publicado em 12 de julho de 2019 às 12:49

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Feliz e aliviada. Na véspera de fazer aniversário, a mãe da estudante Ana Clara Félix Cabral, 19 anos, comemora a condenação de 31 anos de prisão do ex-militar e na época namorado da jovem, Itamar Rocha Lourenço Junior, nesta quinta-feira (11). Apesar de saber que a filha não irá voltar, o sentimento de justiça traz alegria e consolo para a mãe.

Na manhã desta sexta-feira (12), Ana Katia Rodrigues Félix conversou com a reportagem do Gazeta Online e contou que, indignada com a versão dele durante o julgamento, ela chegou a sair da sessão. Veja a entrevista.

Como a senhora está após a condenação?

Olha, foi uma alívio. Um grande alívio, graças a Deus. A gente pediu 30 (anos) e veio 31 e seis meses. Nós ficamos muito felizes. Tristes porque a Ana Clara não volta mais, mas pela justiça ter sido feita de uma forma que no Estado nunca foi feita com nenhuma das que morreram anteriormente. Deram penas pequenas e para a minha filha deram a pena certa, correta, devida. Pra nós, isso foi o maior prêmio. Meu presente de aniversário, que amanhã é meu aniversário.

A senhora, claro, espera que ele cumpra a pena até o final?

Ele vai cumprir, conforme a lei manda do nosso país, infelizmente, com regressão. Mas pelo menos ele pegou a pena máxima que podia ser dada para ele. Dentro da lei, foi o máximo que podia ser dado para ele. Então, para nós, é uma grande vitória.

Ele falou pela primeira vez ontem. A senhora assistiu ao depoimento? O que achou da versão dele?

Eu não assisti, porque eu não conseguia ouvir tanta mentira a respeito da minha filha, a respeito do crime, como foi. Era muita mentira, muita controvérsia. Eu não consegui assistir essas coisas, porque a juíza quase que me retira. Brigou comigo porque eu acabei perdendo o controle, falei três vezes umas coisas lá. A juíza brigou comigo, aí eu me contive e saía. Eu tenho pavio curto e não conseguia ouvir certas coisas e não falar.

A versão dele falando que foi acidental.

É, essa versão. O jeito dele falando que gosta de mim e do meu marido... Não tem como perdoar da minha parte, eu não sinto nada. Para mim, ele é um verme. Conseguimos. É um exemplo para o nosso país ele ter pego a pena máxima que podia ser dada a ele. Eles foram muito justos, a nossa promotoria foi muito incisiva dentro dos autos. A defesa dele ficava só gritando, contando histórias mirabolantes. Foi tudo dentro da lei, passo o passo mostrado, tanto é que ele pegou a pena máxima.

O JULGAMENTO

Itamar foi julgado e condenado pelos crimes de homicídio duplamente qualificado por motivo fútil, com ocultação de cadáver e falsa comunicação de crime. Na época, ele informou a polícia que havia sido vítima de um assalto e a namorada foi sequestrada. O ex-militar nunca tinha falado sobre o crime.

O CRIME

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Ana Clara foi morta com cinco tiros, dentro do carro de Itamar, no dia 5 de fevereiro de 2015. O ex-militar informou à polícia que o veículo havia sido roubado e namorada levada por um grupo de criminosos. Porém, para um amigo próximo, ele contou sobre o crime e disse onde havia jogado o corpo de Ana Clara. Ela foi encontrada morta em uma ribanceira, próximo a Rodovia do Contorno.

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