R$ 50. Foi por conta de uma nota neste valor que um pedreiro de 33 anos matou e concretou uma mulher ainda não identificada em uma obra na Praia da Costa, em Vila Velha, no dia 10 de abril deste ano. O acusado, o pedreiro Lucas Raphael dos Santos Silva, foi preso em Minas Gerais na última sexta-feira (12) e confessou o crime. De acordo com ele, a vítima foi morta porque teria roubado uma nota de R$ 50 do acusado.
INVESTIGAÇÃO E PRISÃO
A prisão foi realizada pela Polícia Civil por meio da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM) e, segundo informações da delegada Raffaella Almeida, titular da DHPM, logo após o corpo ser encontrado as investigações começaram e testemunhas foram ouvidas. A polícia desconfiou do pedreiro logo no início porque, logo após o crime, o acusado sumiu da obra onde trabalhava e morava.
A delegada informou também que Lucas Raphael era conhecido nas redondezas apenas pelo primeiro nome e pelo apelido de "Mineirinho", que gerou a desconfiança da polícia de que ele poderia ser natural de Minas Gerais. A delegada entrou em contato com a Polícia de Minas Gerais e, com o primeiro nome, apelido e um dos sobrenomes, conseguiu identificar o pedreiro. A partir daí, as buscas começaram com foco no Estado de Minas Gerais com o apoio do grupo tático da Polícia Civil de lá.
A VERSÃO DO ASSASSINO
Em depoimento, Lucas confessou o crime e contou à delegada que, na sexta-feira anterior à morte da vítima, foi aniversário dele, e que ele estava com uma quantia em dinheiro para comprar marmita para os pedreiros que trabalhavam na obra, com o dinheiro que tinha sido arrecadado no local. Com a quantia, ao invés de comprar as marmitas, "Mineirinho" comprou drogas e teria passado madrugada do aniversário consumindo cocaína.
No dia seguinte, ele disse em depoimento que saiu para comprar mais drogas foi quando ele encontrou a vítima, que era conhecida como "De menor" ou "Sem calcinha" na casa do traficante que vendia as substâncias. Os dois usaram juntos na obra em que Lucas Raphael trabalhava. Compraram crack e foram consumir lá.
Chegando na obra, Lucas contou que, antes de usar o crack, resolveu ir até o portão checar se estava trancado. Ele disse que tinha deixado uma quantia de R$ 50 na obra e, quando voltou, o dinheiro não estava mais lá. Foi quando ele e a vítima começaram a discutir. Havia uma academia próximo ao local e a mulher ameaçou gritar, foi quando o pedreiro deu um golpe estilo mata-leão e ela desmaiou. Ali, ele contou que achou que ela já estava morta. Pegou ela no colo e subiu em uma escada da obra para jogar o corpo em um vão.
Por não aguentar carregar a vítima no colo, ela caiu e bateu a cabeça. A delegada acredita que foi neste momento que ela morreu, já que a causa da morte, segundo o laudo do Departamento Médico Legal (DML) é de traumatismo craniano. Novamente teria pegado o corpo e subido a escada para jogar o corpo no vão. Ele conta que preparou a massa de concreto e jogou em cima do corpo. Depois do crime, ele desapareceu e fugiu para Minas Gerais.
Ainda em depoimento, o pedreiro disse que estava arrependido e que tudo aconteceu devido ao intenso uso de drogas naquele dia, e disse também que não conhecia a vítima. Após aplicar o golpe de mata-leão, Lucas Raphael afirmou que teria encontrado os R$ 50 junto ao corpo da mulher.
VEJA VÍDEO
O pedreiro está detido por meio de mandado de prisão temporária e será autuado por homicídio e ocultação de cadáver.
CORPO ATÉ HOJE À ESPERA DE RECONHECIMENTO
A delegada faz um apelo para que a vítima seja identificada. Até hoje, não apareceu ninguém da família para reconhecer o corpo. Ela não tinha documentos, possuía duas tatuagens sendo uma estrela de Davi na panturrilha esquerda e outra tatuagem na panturrilha direita, com um coração, uma âncora com um laço de fita da cor rosa escrito "Jesus".
No início das investigações, o delegado José Lopes também tinha feito um apelo para que qualquer pessoa que conhecia a vítima procurasse a polícia para passar mais informações sobre ela.
"Se a gente tivesse ao menos o primeiro nome seria mais fácil identificá-la. Ela vivia pela região, outras pessoas em situação de rua deveriam conhecê-la. Já checamos com a Delegacia de Pessoas Desaparecidas e não há ninguém procurando por uma mulher com as características da vítima concretada", lamentou uma funcionária do DML na época. A mulher aparentava ter entre 25 e 30 anos, usava um short cinza, cropped azul e branco e um biquíni de cor azul.
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