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Ex-secretário envolvido em acidente diz que não tinha sinais de embriaguez

Ex-secretário envolvido em acidente diz que não tinha sinais de embriaguez

O delegado Walace Pontes, preso na madrugada desta sexta-feira (30) por embriaguez ao volante, conversou por telefone com a reportagem do Gazeta Online

Publicado em 30 de agosto de 2019 às 12:59

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O delegado da Polícia Federal e ex-secretário de Justiça do Espírito Santo Walace Pontes, preso na madrugada desta sexta-feira (30) por embriaguez ao volante, conversou por telefone com a reportagem do Gazeta Online na manhã desta sexta sobre o que aconteceu. A Prefeitura de Vitória informou que as imagens do acidente estão à disposição da polícia.

O ex-secretário dirigia um Nissan Versa preto e seguia pela avenida Rio Branco, quando foi atingido, segundo ele, por um Hyndai Elantra. Walace garante que estava em baixa velocidade e que o sinal estava aberto para ele. O outro motorista, no entanto, negou, em depoimento à Polícia, que tenha furado sinal vermelho. Veja a entrevista.

Consta que o senhor foi autuado por embriaguez ao volante. O senhor admite?

Não! De maneira nenhuma, de maneira nenhuma...

O que aconteceu então, doutor Walace?

Foi um acidente, foi só isso. Foi um acidente. Não tem laudo, não tem bafômetro. Não tem nada. Isso é o policial lá com que eu discuti que falou isso, mas não tem nada, absolutamente nada.

A PM disse que o senhor se negou a fazer o bafômetro?

Na realidade, houve uma discussão, mas eu não quis fazer realmente nas condições que eles estavam falando, eu não quis fazer mesmo não. Tá bom?

Quais condições? 

Do jeito que ele queria, eu não quis fazer não. Eu já tinha discutido com ele e aí achei que não deveria fazer. Tá bom?

A PM disse que o senhor tinha sinais de embriaguez.

Não tem esses sinais, pelo amor de Deus! Para com isso! Não há isso, de maneira nenhuma.

O senhor estava seguindo para onde na hora do acidente?

Eu tava indo da casa de um amigo para a minha casa. Tá bom?

O senhor já tinha passado por uma situação dessa antes?

Nunca passei por isso. Primeira vez.

Acha que foi uma retaliação por causa da discussão?

Não sei, eu sei que realmente não ficou bom. Não gostei do jeito que me trataram, mas enfim...

O que aconteceu? O senhor está falando que houve uma discussão com a PM?

Houve uma discussão em quem avançou e quem não avançou o sinal. Quem avançou o sinal foi o rapaz, não fui eu. Quem bateu em mim foi o rapaz, não fui eu. Eu fui vítima e fui tratado como se fosse eu o responsável, daí a gente realmente não houve um entendimento, né!

Então o senhor diz que quem avançou o sinal foi o motorista do outro veículo?

Eu digo, não! Quem avançou foi ele, e se Deus quiser, eu vou mostrar isso em filmagem. Eu sei exatamente o que estava fazendo. Eu vinha devagar. Diga-se de passagem, eu de devagar e ele correndo igual a um louco.

Qual foi o ponto da discussão, doutor?

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É porque eu senti que fui tratado como se eu fosse o responsável, foi aí que a gente se desentendeu. Mas quem tem que demonstrar isso aí é uma câmera porque eu sei que não avancei o sinal. Foi exatamente isso aí.

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O QUE DIZ A POLÍCIA MILITAR

Questionada pela reportagem do Gazeta Online, a Polícia Militar informou como ocorreu a abordagem e o registro do acidente que envolveu o delegado e ex-secretário Walace Tarcísio Pontes na madrugada desta sexta-feira (30). Confira a nota na íntegra:

A Polícia Militar informa que realiza seus procedimentos de abordagem de forma técnica e com a segurança e cordialidade proporcional a cada caso. O condutor em questão, na ocasião da abordagem, portava arma pistola 9mm e apresentava sinais de embriaguez alcoólica.

Apesar desse contexto, ao ser solicitado, não apresentou documentos de identificação pessoal ou do armamento, tendo sido conduzido à Primeira Delegacia Regional, conforme determina a legislação, sem o uso de algemas.

A PM informa ainda que foi facultado ao condutor, cordialmente, o acompanhamento de plantonista da instituição à qual disse pertencer, o que fora por ele voluntariamente dispensado.

A negativa em submeter-se ao teste de alcoolemia, quando solicitado por agente da autoridade de trânsito, embora não gere as provas materiais necessárias às sanções penais previstas no Código Brasileiro de Trânsito, acarreta em graves e onerosas sanções administrativas.

Os motivos pelos quais os condutores negam-se a submeterem-se ao teste de alcoolemia são de cunho pessoal, mas certamente não estão relacionados ao bom trabalho realizado por nossos policiais militares.

 

 

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