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Guardas infiltrados vigiam organizações de bailes clandestinos

Guardas infiltrados vigiam organizações de bailes clandestinos

A tática vem sendo usado desde o início do ano e visa evitar que os eventos aconteçam. São 10 guardas do setor de inteligência que entram nos grupos

Publicado em 30 de agosto de 2019 às 01:45

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Quatorze adolescentes entre 13 e 16 anos são apreendidos em baile funk em Vila Velha. (Divulgação / PMVV)

Guardas municipais estão se infiltrando em grupos de WhatsApp e Facebook para monitorar movimentos de organização de bailes clandestinos em Vila Velha. A tática vem sendo usado desde o início do ano e visa evitar que os eventos aconteçam. São 10 guardas do setor de inteligência que entram nos grupos.

“As apurações são acerca do evento, não fazemos investigação policial, as questões são sobre o funcionamento da festa. Sabemos que dentro desse tipo de evento há uma facilitação de comércio de drogas e bebidas ilegais, até mesmo presença de pessoas com armas de grosso calibre. Além disso, há venda de bebidas falsificadas, em especial destilados, que também é irregular”, descreveu o secretário de Defesa Social e Trânsito, coronel Oberacy Emmerich Júnior.

O secretário também aponta que os Bailes do Mandela, como são chamados em Vila Velha os eventos clandestinos, chegam a render valores de até R$ 90 mil.

ESPIONAGEM

Os guardas que atuam como espiões visam coletar informações sobre onde e como acontecerão os bailes para que sejam aplicadas ações para evitar que ele aconteça.

“Percebemos que é melhor agir para evitar do que quando ele está acontecendo, pois seria preciso a repressão e gera enfrentamento. As abordagens e ações fiscalização passaram a atuar antes da festa acontecer”, informou o coronel, que integra a Comissão Interna de Fiscalização Integrada (Coifin) da Secretaria de Defesa Social e Trânsito (Semdest) de Vila Velha, que conta com a participação da Polícia Militar, da Guarda Municipal e demais órgãos municipais de fiscalização.

Somente este ano, foram 36 operações de fiscalização em conjunto com a PM e 28 ações de desmobilização de festas. O último registro de situação crítica numa festa irregular na rua em Vila Velha foi em 27 de janeiro, nos bairro 1º de Maio.

Ao todo, 11 pessoas ficaram feridas e duas morreram durante um ataque a uma facção de Vitória, que foi ao local e abriu fogo contra rivais no meio do evento. “Era uma festa que tentamos conter por duas vezes, que contava com mais de 2 mil pessoas, e mesmo assim eles se reorganizaram, momento em que houve o ataque criminoso. 

Policiais e agentes da prefeitura fazem blitz durante "Baile do Mandela", no bairro Ilha da Conceição . (Divulgação/Prefeitura de Vila Velha)

Segundo levantamento do serviço de inteligência da Guarda Municipal as principais festas irregulares eram registradas nos bairros:

Primeiro de Maio (Baile do QG)Cobi de Baixo (Baile do Cobi)Santa Rita (Baile do Bene)Boa Vista (Baile do BV)Ilha dos Ayres (Baile da ilha)Jaburuna (Mandela do Jaburuna)Divino Espírito Santo (Beco da Miséria)Soteco (Baile do S.T.C.)Ilha das Flores (Baile do Ferrinho)Argolas (Baile da Zona)Zumbi dos Palmares (Baile do ZP)Alecrim (Baile da Baixada).

O secretário explica que conhecer as características de cada um desses bailes é o que tem colaborado para agir com antecedência.

Aspas de citação

Passamos a entender como cada festa começa, como se organiza e como funcionam o lucro e as vendas. Assim, as ações precoces vão desde apreensão de bebidas e até o equipamento de som

Coronel Emmerich, secretário
Aspas de citação

Segundo ele, as festas no meio da rua podem acontecer, mas para isso é preciso ser registrada na Prefeitura. “Temos como orientar, prestar auxílio e segurança, basta procurar a secretaria de Esporte e Lazer, desde que sejam festas dentro da legalidade” , completou.

OUTROS MUNICÍPIOS

Na Serra, cerca de 10 bailes clandestinos foram evitados no município desde janeiro deste ano após denúncias de registradas via Disque-Silêncio. A ações periódicas são realizadas pela Guarda Municipal, em parceria com fiscais do Disque-Silêncio, Vigilância Sanitária e setor de Posturas de Prefeitura da Serra, e a Polícia Militar. Em casos de festas realizadas de forma irregular, além da interrupção do evento, os responsáveis podem ser multados e terem os equipamentos apreendidos.

Já em Cariacica, a prefeitura também promove ações de fiscalização integrada com a Força Tática do 7º Batalhão da Polícia Militar, após uma equipe do Disque-Silêncio comparecer ao local quando o evento já está ocorrendo.

Por meio de nota à imprensa, a Secretaria de Segurança Urbana de Vitória disse que no município existe um Comitê de Manutenção da Ordem Pública, que integra as secretarias municipais com atribuições de fiscalização mais a Polícia Militar para coibir excessos em qualquer tipo de evento realizado em espaço público ou privado de livre acesso, gratuito ou pago.

A prefeitura da capital disponibiliza informou, ainda, que qualquer pessoa pode denunciar eventos clandestinos por meio do telefone 190 ou pelo Disque-Denúncia 181.

 

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