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Homem que agrediu ex com pé de cabra no ES já matou mulher em 2005

Homem que agrediu ex com pé de cabra no ES já matou mulher em 2005

Cícero Caboclo Silva Neto, de 39 anos, estava em liberdade condicional quando tentou matar a ex-namorada na última sexta-feira (23) no bairro Araçás, em Vila Velha

Publicado em 28 de agosto de 2019 às 03:01

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Pé de Cabra utilizado para agredir mulher em Vila Velha. (TV Gazeta | Paulo Cordeiro)

O homem que usou um pé de cabra para tentar matar a ex-namorada no bairro Araçás, em Vila Velha, na última sexta-feira (23), assassinou uma outra ex-companheira há 14 anos, em 2005.

De acordo com a chefe da Divisão Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), a delegada Claudia Dematté, na época dos fatos o feminicídio ainda não era tipificado crime e, por conta disto, Cícero Caboclo Silva Neto, de 39 anos, foi indiciado por homicídio.

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Ele ficou preso por cinco anos e estava em liberdade condicional pelo crime que cometeu em 2005. O curioso é que a mulher que ele matou naquela época com um tiro tinha o mesmo nome que essa vítima, que foi golpeada no corpo inteiro com um pé de cabra

Delegada Claudia Dematté
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Ela ressalta que este último caso foi resolvido de maneira muito rápida, já que o crime aconteceu na sexta-feira — e no sábado (24), menos de 24 horas depois, o suspeito foi monitorado e, sem saída, acabou contactando e se entregando à Deam.

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Nós não vamos aceitar essas condutas praticadas por esses homens na sociedade. A vítima confirmou o que gerou o término do relacionamento, que foi a demonstração de grosseria e ciúme excessivo. Ele não aceitou ao saber que ela estava começando um novo relacionamento, com outra pessoa

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VÍTIMA TEM ALTA DO HOSPITAL

A vítima prestou depoimento na tarde desta segunda-feira (26), data em que também recebeu alta hospitalar. Ela, que foi golpeada nas pernas, coxas e, por fim, na cabeça, levou 35 pontos.

Quando atingida na cabeça, a mulher contou à polícia que desmaiou e que não se lembra mais de nada. Só recorda de momentos antes ter gritado por socorro, que fizeram com que a mãe dela percebesse toda a situação e saísse de casa para defender a filha — momento em que também acabou agredida por Cícero.

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Quem ama não agride, não xinga, não humilha. Quem ama tem respeito, tem amor, tem carinho, tem reciprocidade. Violência jamais é demonstração de amor

Claudia Dematté, delegada chefe da Deam
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"Ele ficou preso por cinco anos, quatro em regime fechado e um ano no semiaberto. Estava em liberdade condicional. Após cometer o crime, ele encaminhou áudios para o irmão da vítima, que foi quem o apresentou para a vítima acreditando ser uma boa pessoa, pedindo que o irmão e a mãe da vítima mentissem falando que a ocorrência tinha sido de tentativa de roubo. Ele tentou abafar o caso", detalhou.

Mãe da vítima também ficou ferida ao tentar socorrê-la. (TV Gazeta | Paulo Cordeiro)

PREMEDITOU O CRIME

Em depoimento, Cícero confessou o crime, mas argumentou dizendo que "perdeu a cabeça". Entretanto, as investigações apontam que o homem já saiu de casa premeditando o crime, já que colocou o pé de cabra — uma barra de ferro com pontas — na mochila, com intenção de matar a ex-namorada.

"Ela narra com clareza a maneira que ele desceu do veículo para cobrar satisfações. Diante das negativas dela, ele, de maneira fria, abriu a mochila, pegou o pé de cabra e a golpeou na pernas, coxas e na cabeça, que foi quando ela perdeu a consciência", completou Dematté.

"NÃO TEM PROBLEMA EM CUMPRIR PENA"

Segundo pontuou o delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda, Cícero é um homem que, pelo perfil traçado nas investigações, "não tem problema nenhum em cumprir pena", já que já tinha cometido um crime de feminicídio em 2005.

"Pelo que podemos perceber, é um indivíduo que não se importa em cumprir pena ao cometer crimes. O que deve acontecer agora é que a delegada vai pedir à juíza para revogar a liberdade condicional e ele deve ficar preso", disse.

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Cícero foi autuado, teve a prisão preventiva decretada e é investigado pela tentativa de homicídio qualificado por feminicídio. A polícia ainda vai ouvir testemunhas e a investigação continua.

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