> >
Mecânico que matou mulher na Serra quebrou a mão ao dar soco em vítima

Mecânico que matou mulher na Serra quebrou a mão ao dar soco em vítima

De acordo com a delegada Raffaella Almeida, Thomás Henrique Damas Neto Sottani não demonstrou nenhum arrependimento ao prestar depoimento sobre crime

Publicado em 7 de agosto de 2019 às 22:57

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Mecânico matou mulher na Serra por causa de jogo de notebook. (Divulgação | Polícia Civil)

O mecânico industrial de 25 anos que matou a companheira Elles Geni Gonzales Costa, de 29 anos, após uma discussão por causa de um jogo de notebook, quebrou uma das mãos ao dar soco no rosto da vítima. De acordo com a delegada Raffaella Almeida, da Delegacia de Homicídio e Proteção à Mulher (DHPM), Thomás Henrique Damas Neto Sottani socou o rosto de Ellen momentos antes de esganá-la. Ele procurou a Polícia Civil e se entregou na manhã desta quarta-feira (7) na Serra.

A delegada informou ainda que o suspeito não mostrou arrependimento. 

Aspas de citação

Não existe sinais de arrependimento. Depois de matar a companheira, ele dormiu tranquilamente na mesma casa que ela. O corpo da vítima na sala e ele no quarto

Raffaella Almeida, delegada
Aspas de citação

Raffaella Almeida disse ainda que foi o pai do criminoso que convenceu o filho a procurar a polícia e contar o que fez. "No dia seguinte ao crime ele foi trabalhar, depois disso, ele foi ao médico, cuidou dos ferimentos e foi para casa só pai que o convenceu a ir a polícia".

PRISÃO TEMPORÁRIA

A Justiça concedeu a prisão preventiva por feminicídio ao suspeito que será encaminhado ao Centro de Triagem de Viana (CTV).

PERÍCIA

A casa foi periciada no início da tarde desta quarta-feira (7). O delegado Josafá da Silva disse que os policiais localizaram o notebook usado pelo acusado antes da discussão. A mulher estava caída no chão, coberta por um pano. Também foram constatados diversos frascos de bebidas alcoólicas. O corpo da vítima foi encaminhado para o Departamento Médico Legal (DML) de Vitória.

O crime, segundo o acusado, aconteceu na madrugada de segunda-feira (05) após uma briga entre o casal dentro de casa, na Rua Niterói, no bairro Parque Residencial Jacaraípe. À Polícia Civil, ele disse que permaneceu no imóvel até terça-feira (6).

CASAL ESTAVA JUNTO HÁ DOIS ANOS

O casal estava junto há dois anos e morava na casa há cerca de um mês. Segundo o acusado, ele e a companheira beberam vodca, cachaça e vinho antes da discussão. Depois da bebida, o homem revelou para a polícia que começou a jogar no notebook, o que teria irritado a companheira, que buscava atenção por parte dele.

Durante essa discussão, a vítima teria, segundo depoimento do acusado, quebrado o notebook do companheiro e, a partir daí, começou a briga. Segundo o autor, eles beberam o dia todo no domingo.

“Durante a madrugada, ele tava jogando no notebook, ela não gostou porque ele não tava dando atenção a ela. Os dois completamente embriagados, entraram em luta corporal. Segundo ele, ela agrediu ele. Ele falou que deu um soco nela e mesmo assim ela não parou com a agressão, e então ele pegou e a esganou”, explicou Josafá.

O CAMINHO ATÉ A CASA

O Gazeta Online acompanhou a polícia da delegacia até a casa onde o corpo da mulher foi encontrado.

CÃO LOCALIZA CORPO

Depois de prestar depoimento, o acusado foi levado pelo delegado Josafá da Silva e uma equipe de investigadores do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) até a casa onde ele disse ter cometido o crime. A polícia contou com o Spy, cão treinado para localizar pessoas mortas. Atualmente, o acusado trabalhava como ajudante de carga e descarga de caminhão.

Cão é usado para localizar corpo de vítima na Serra. (Isaac Ribeiro)

Ao ser solto no quintal, com o imóvel ainda fechado, Spy localizou o cômodo onde o corpo estava em menos de dois minutos. Após confirmar que a vítima estava em um dos quartos da casa, a Polícia Civil acionou os peritos e agentes do Departamento Médico Legal (DML) de Vitória.

AÇÃO EM LEGÍTIMA DEFESA, DIZ ADVOGADA

A advogada alega que o mecânico agiu em legítima defesa. Rosana Carlos Ribeiro afirmou que o cliente dela ficou em estado de choque após o crime e que já havia registrado ocorrência após, segundo ele, ter sido agredido pela companheira.

Policiais militares que acompanharam a perícia no local informaram que ambos já denunciaram à polícia terem sido agredidos pelo o outro durante o relacionamento. De acordo com Rosana, que defende o acusado, a vítima deixou três filhos. Todos moravam com os pais biológicos. Segundo ela, Ellen nasceu no Uruguai e se mudou para o Brasil ainda quando era criança.

“Ele conheceu essa mulher há pouco tempo e esse relacionamento já não estava dando muito certo. Na primeira vez, ele fez uma ocorrência junto ao Ciodes. Ela já tentou matá-lo duas vezes, inclusive com facas. Dessa última vez, infelizmente, eles estavam usando bebida alcoólica e houve uma discussão porque ele estava no notebook e ela queria que cessasse o jogo”, destaca.

Rosana disse que o mecânico ainda tentou reanimar a vítima. “Na discussão, ela pegou uma faca e foi para cima dele. Ele deu uma 'chave de braço' nela, infelizmente aconteceu isso. Ele tentou reanimá-la, mas não teve jeito, já estava tarde. Ele ficou desesperado, porque não tinha intenção de fazer isso", disse.

Depois de matar a mulher, o mecânico procurou o pai dele para pedir ajuda. Com ferimentos no braço e no rosto, ele foi à uma unidade hospitalar para buscar atendimento e teve um dos braços enfaixado. Mesmo com a companheira morta em um dos cômodos da casa, o mecânico permaneceu no imóvel até a noite de terça-feira (6). Depois, dormiu na casa de um amigo.

Este vídeo pode te interessar

Corpo de mulher é encaminhado para o DML. (Isaac Ribeiro)

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais