Foi o afastamento da família que chamou atenção da esposa de Mário César Gadiol, acusado de matar o pedreiro Aloísio a Silva Bandeira, 43, na última terça-feira (6), em Novo Horizonte, na Serra. A madrasta da menina, uma dona de casa, de 31 anos, relatou que a enteada se mutilava e se afastou dos parentes depois de ter sofrido os abusos, mas só na última semana, a menina de 12 anos conseguiu contar para madrasta sobre o crime.
"Eu vi que ela estava no canto dela, não falava com ninguém e insisti em perguntar o que estava acontecendo, foi aí que ela me falou sobre os abusos. Disse que ele (pedreiro) abusou da prima dela também", contou.
Segundo a madrasta da menina, ela não chegou perguntar à garota quantas vezes os abusos aconteceram, nem soube informar se foi mais de uma vez, mas contou como teria ocorrido um abuso. "Ela disse que ele tapava a boca dela e dizia que estava fazendo aquilo porque ela era a menina mais bonita da rua", afirmou.
A menina chegou a contar para a madrasta que o crime teria acontecido quando a babá, de 51 anos, esposa do pedreiro, saía de casa com as filhas e deixava a menina com o Aloísio. "Para fazer isso, ele tinha que ter tempo. Ela disse que ficava em casa com ele sozinha quando a babá saía com as filhas."
A madrasta da menina contou ainda que o companheiro ouviu a conversa que as duas tiveram e, em um segundo momento, questionou a esposa se a história era mesmo do abuso que a filha teria sofrido. Adona de casa confirmou. "Ele perguntou se era isso mesmo, eu disse que sim. Eu não mentiria para ele, se fosse comigo eu gostaria que me contassem a verdade", destacou.
A madrasta relatou que o companheiro, Mário César, não teve nenhuma reação ao saber do crime. Por essa razão, ela não imaginava que o companheiro fosse capaz de matar o pedreiro. "Ele não teve reação alguma, eu nunca imaginei que ele faria isso. Sei que nada justifica tirar a vida de alguém, apenas Deus pode fazer isso. Mas só um pai e uma mãe sabem a dor que é ver um filho passar por isso".
MORTE
A dona de casa disse que não tinha conhecimento do crime que o companheiro cometeu, destacou ainda que a menina mora com a mãe no interior e veio ficar com o pai nas férias.
"Eu não conhecia aquele homem, por isso nem imaginei que tivesse sido meu marido. Foi um susto ver a polícia na minha porta. Logo ele que nunca se envolveu em nada desse tipo", lamentou.
PRISÃO
O chefe do Departamento de Investigações Criminais (DEIC) representou pela prisão temporária do suspeito Mário Cesar Gadiol, 30 anos, pelo crime de homicídio e foi concedido pela Justiça no início da noite desta quinta-feira (8). Ele será encaminhado na sexta-feira (9) para o Centro de Triagem de Viana.
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