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Prisão de motorista de aplicativo gera protesto na Serra

Prisão de motorista de aplicativo gera protesto na Serra

Para a polícia, Bruno Neves do Nascimento é suspeito de participação em assalto; família alega que rapaz foi feito refém e obrigado a aguardar no carro, enquanto bandidos agiam

Publicado em 25 de agosto de 2019 às 03:26

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Motorista de aplicativo acaba preso após corrida na Serra. (Internauta | WhatsApp)

A prisão de um motorista de aplicativo na Serra no último final de semana gerou protesto nesta segunda-feira. Bruno Neves do Nascimento, de 28 anos, foi detido no sábado (17) suspeito de envolvimento em um assalto. A família alega que, na verdade, o rapaz foi feito refém por bandidos que solicitaram a corrida horas antes.

Irmã do motorista, a autônoma Gabriela Carolina Neves do Nascimento contou que tudo aconteceu entre 18h e 19h. “No sábado, ele recebeu o pedido de uma corrida em Nova Carapina II. A princípio, a cliente era uma menina; mas, chegando lá, ele foi abordado por três homens que estavam armados e que renderam ele”, explicou.

Ainda de acordo com ela, o contexto fez com que o irmão achasse que seria roubado. Porém, não foi isso que aconteceu. “Os bandidos disseram que não queriam o carro e, sim, que ele rodasse para fazer assaltos”, esclareceu. A ação criminosa teria assaltado um estabelecimento comercial localizado em Serra Sede.

Por volta das 19h, os bandidos teriam descarregado o carro com os itens roubados e liberado Bruno em seguida. “Quando era umas 19h30, ele chegou em casa, passando mal por tudo que tinha acontecido. Então, ele contou pelo que tinha passado e meu pai disse que ele precisava ir até a delegacia”, contou Gabriela.

Enquanto isso, no entanto, as vítimas do assalto acionaram a Polícia Militar que, por meio do rastreador do carro, que é alugado para prestar o serviço, chegou à residência do bairro Cidade Pomar e encontraram Bruno. De lá, o motorista foi levado para a delegacia, onde teve a prisão em flagrante decretada por suspeita de participação no crime.

O QUE DIZEM AS POLÍCIAS

A Polícia Militar confirmou que o veículo foi encontrado estacionado no bairro Cidade Pomar e que Bruno se apresentou como motorista de aplicativo, relatando que foi obrigado por três homens a levá-los a um estabelecimento comercial onde eles realizaram um assalto. Ele, no entanto, teria ficado dentro do carro, sob mira de arma de fogo.

Segundo o registro da PM, porém, o roubo teria acontecido no bairro Vista da Serra e um entregador de gás que estava no estabelecimento no momento do assalto relatou que, de dentro carro, Bruno teria incitado um dos criminosos a agredir um cliente que estava sentado na porta do bar, que acabou levando uma coronhada.

Do bar foram levados dois fardos de cerveja, dois fardos de refrigerante, duas botijas de gás, um celular e o dinheiro do caixa. Durante o atendimento da ocorrência, os policiais receberam a informação de que os bandidos estavam na praça de Nova Carapina. Buscas na região localizaram os suspeitos, que acabaram detidos.

Tanto as vítimas quanto o motorista de aplicativo e dois suspeitos de envolvimento no crime foram encaminhados para a 3ª Delegacia Regional da Serra. O veículo utilizado para fazer a corrida e o assalto também foi levado para o local. Assim como uma arma falsa e uma coronha, localizadas na casa da avó de um dos bandidos.

Por meio de nota, a Polícia Civil informou que Bruno Neves do Nascimento (28 anos), Edivaldo de Souza (27 anos) e Ademilson de Souza (29 anos) foram autuados em flagrante pelo crime de roubo e encaminhados para o Centro de Triagem de Viana, onde permaneciam detidos na tarde desta segunda-feira (19).

PROTESTO PEDE POR JUSTIÇA

No início desta tarde, familiares, amigos e motoristas de aplicativo se reuniram em frente ao Fórum Criminal Desembargador João Manoel de Carvalho, na Serra. Pedindo justiça, cerca de 15 pessoas participaram da manifestação que apresentava cartazes com dizeres como “vítima vira réu” e “enquanto trabalhador é preso, bandido está solto”.

De acordo com os integrantes, eles estavam fechando o trânsito na Avenida Getúlio Vargas por dez minutos e liberando o tráfego local pelo mesmo tempo. No final da tarde desta segunda-feira (19), a manifestação já tinha sido encerrada.

O ANDAMENTO DO CASO

Em uma audiência de custódia realizada neste domingo (18), o juiz de plantão Ademar João Bermond converteu a prisão em flagrante dos três autuados em prisão preventiva já “que a soltura dos custodiados poderá colocar em risco a segurança social, haja vista a real possibilidade de reiteração delitiva, além do que está presente a periculosidade concreta de sua conduta”.

Responsável pela defesa de Bruno, o advogado Janilson Monteiro garantiu que o cliente é vítima do assalto e não coautor. De acordo com ele, uma das vítimas prestou novo depoimento e, com base nele, um novo pedido de liberdade em favor de Bruno será feito. Se negado, a defesa entrará com habeas corpus.

O QUE DIZ A EMPRESA

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Por meio de nota, a 99 informou que está apurando o fato e que lamenta esse caso de violência. Assim como garantiu estar à disposição para colaborar com a polícia, caso necessário.

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