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Veículos carbonizados podem ser de capixabas sequestrados no Rio

Veículos carbonizados podem ser de capixabas sequestrados no Rio

Os veículos foram localizados após denúncias, na última segunda-feira (5) no bairro Ponta do Ambrósio, em São Pedro da Aldeia, cidade vizinha. A polícia acredita que o carro e a moto foram levados para São Pedro da Aldeia e incendiados um dia depois do sequestro

Publicado em 7 de agosto de 2019 às 15:19

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O caso foi registrado na 126ª Delegacia de Polícia de Cabo Frio. (Reprodução | Google Maps)

A polícia localizou o carro e a moto que podem ser dos três seguranças capixabas que foram sequestrados, torturados e possivelmente, mortos por traficantes da Comunidade do Lixo, em Cabo Frio,  Região dos Lagos do Rio de Janeiro no dia 27 de julho. Os veículos foram localizados após denúncias, na última segunda-feira (5) no bairro Ponta do Ambrósio, em São Pedro da Aldeia, cidade vizinha.

A polícia acredita que os veículos foram levados à São Pedro da Aldeia e incendiados um dia após o sequestro de Héder Henrique, de 32 anos, Luiz Paulo dos Santos França, de 29, e um terceiro segurança, que conseguiu fugir durante a tortura. Eles foram capturados no bairro Guarani, em Cabo Frio, quando divulgavam o trabalho de vigilância domiciliar na região, que fica ao lado da Comunidade do Lixo.

O carro e moto foram rebocados e levados até a 126ª Delegacia de Polícia. Desde da última sexta-feira (3), uma força-tarefa foi montada pelas polícias Civil e Militar e Corpo de Bombeiros. O delegado Sérgio Caldas, responsável pelo caso, acredita que o caso será resolvido nas próximas horas. 

O CASO

Três seguranças que saíram do Espírito Santo, com destino a Cabo Frio, no Rio de Janeiro, foram sequestrados e torturados por uma facção criminosa, no último sábado (27). A Polícia Civil acredita que os profissionais, que faziam segurança de casas no Bairro Parque Bule, no estado carioca, foram confundidos com milicianos. 

De acordo com o delegado Sérgio Simões Caldas, titular da 126ª Delegacia de Polícia de Cabo Frio, as três vítimas possuem uma microempresa que presta um apoio comunitário de vigilância noturna não armada. Há quase três anos estabelecidos em Campos dos Goytacazes - no interior do Rio, os seguranças decidiram expandir os negócios na Região dos Lagos.

"Como não conhecem a região, eles começaram a executar essa atividade em um bairro chamado Guarani. Esse bairro fica ao lado da favela mais violenta da cidade, a Favela do Lixo. Um dos panfletos distribuídos pelos rapazes, oferecendo os serviços de segurança noturna, chegou aos traficantes, que tiveram essa reação absurda", afirma.

Segundo o delegado, por volta das 23 horas do último sábado (27) traficantes da Favela do Lixo sequestraram os três rapazes e os levaram para a comunidade. Ele explica que atrás dessa favela há uma imensa duna. No local, as três vítimas foram torturadas.

"Em determinado momento, por uma distração dos traficantes, um dos seguranças, em uma atitude de muita coragem, conseguiu correr e alcançar um matagal ao lado. Após correr cerca de 50 metros, passou por um pequeno valão - de cerca de três metros de largura, e ganhou outro matagal. Apesar de ferido, ele andou por cerca de um quilômetro até chegar à outra comunidade, conhecida como Vila do Sol", contou.

No local, a vítima conseguiu socorro, apoio da Polícia Militar e do Corpo dos Bombeiros, e foi conduzida ao Hospital. O delegado esteve com o segurança na manhã de domingo (28) e na última segunda-feira (29).

"Ele está colaborando com as investigações e está sob os nossos cuidados. A advogada do sobrevivente, além dos familiares dos três seguranças, estão aqui na Cidade".

Ao Gazeta Online, o delegado Sérgio Simões Caldas contou que familiares dos desaparecidos prestaram depoimento à polícia no dia 29. O delegado ainda afirmou que a Comunidade do Lixo é comandada por uma facção criminosa e que há um grande índice de violência na região. "Há uma guerra entre as facções e a milícia", afirmou o delegado.

Por meio de nota, a Polícia Civil do Rio de Janeiro informou que policiais civis, militares e o Corpo de Bombeiros realizaram buscas para tentar encontrar os corpos dos desaparecidos. "A vítima sobrevivente está ajudando os policiais nas buscas e as investigações estão em andamento", finalizou a nota.

DELEGADO ACREDITA EM MORTES

Delegado Sérgio Simões Caldas, titular da 126ª Delegacia de Polícia de Cabo Frio. (Reprodução/ Internet)

Depois dos três seguranças terem sido sequestrados e torturados por uma facção criminosa no último sábado (27), policiais realizaram buscas pelos desaparecidos, que ainda não foram encontrados. O delegado acredita que as vítimas foram mortas.

"Lamentavelmente, a probabilidade de que eles foram mortos é grande", afirmou o delegado Sérgio Simões Caldas, titular da 126ª Delegacia de Polícia de Cabo Frio.

Sérgio ainda explicou que na comunidade há áreas de dunas, o que dificultam as buscam pelos seguranças. "Lá é área de invasão e tudo foi feito em região de dunas. Se os corpos foram sepultados, a expectativa de encontro é muito difícil", finalizou. 

CRIMINOSOS IDENTIFICADOS E CONFRONTO

Com a ajuda do sobrevivente, além das investigações, a polícia chegou na identificação de cinco dos criminosos. Os policiais estiveram na Favela do Lixo no dia 30 de julho, onde foram recebidos a tiros por criminosos. Houve um confronto e um dos bandidos ficou ferido.

O homem, que não teve a identidade revelada, está internado em um Hospital São Pedro da Aldeia, também na Região dos Lagos. Ele foi autuado em flagrante por tentativa de homicídio.

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"Esse elemento que foi ferido saiu há pouco tempo da cadeia, cerca de dois meses, e já está trocando tiros com a polícia, mostrando o grau de periculosidade desses bandidos. Vamos representar na Justiça a prisão desses cinco criminosos covardes e iremos continuar investigando para tentar identificar os demais elementos e localizar as duas vítimas, até então desaparecidas. Hoje (30) estivemos por muitas horas vasculhando a região, com apoio da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e da própria vítima sobrevivente, mas não conseguimos localizar ainda os dois desaparecidos".

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