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Advogado é réu junto com mais três clientes em caso de assassinato

Advogado é réu junto com mais três clientes em caso de assassinato

Entre os clientes está a única liderança ainda foragida do Primeiro Comando da Capital (PCV), Fernando Moraes Pereira Pimenta, o Marujo, 27 anos

Publicado em 19 de setembro de 2019 às 09:00

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Fernando Moraes Pereira Pimenta, Ícaro Santana Soares e Filipe Santana Pereira eram clientes de Frank William. (Montagem | Gazeta Online)

Três clientes do advogado criminalista Frank William de Moraes Leal Horácio também são réus na mesma ação penal em que ele responde por homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima.

Entre os clientes está a única liderança ainda foragida do Primeiro Comando da Capital (PCV), Fernando Moraes Pereira Pimenta, o Marujo, 27 anos. De acordo com as apurações da Delegacia de Homicídios e Proteção (DHPP) da Serra, Marujo autorizou que a execução da vítima, Fernando Monteiro Telles, ocorresse no Bairro da Penha, Vitória. Ele ainda participou do assassinato e ordenou que o corpo fosse retirado do local para dificultar as investigações e tirar o bairro do foco da polícia.

Um outro cliente de Frank era o mandante do crime e de quem ele trouxe a ordem para execuções. O detento Ícaro Santana Soares, o Icrinho, de 25 anos, deu a ordem para matar a esposa e o amigo Fernando Monteiro Telles.

O outro cliente que virou réu era Filipe Santana Pereira, responsável por participar da execução e transportar comparsas de Serra Dourada para o Bairro da Penha no dia do crime.

DEFESA

Para o advogado de defesa de Frank, Walas Paiva Espindola, a prisão prejudicou todo o processo, inclusive a defesa dos demais acusados. "Os fatos imputados ao doutor Frank são precoces. Dentro do processo, o advogado defendia outras pessoas envolvidas. Ele tem uma carreira ilustre. O que está sendo imputado a ele é uma forma de expor a advocacia criminal e não há nenhuma prova objetiva”, pontuou.

Ao todo, 10 pessoas foram indiciadas pela Polícia Civil, inclusive o advogado Frank Willian, pelo crime de homicídio qualificado. Considerando os autos do processo, o Ministério Público denunciou todos, denúncia a qual foi recebida pela Justiça, tornando-os réus dos crimes. 

Esta semana, Espindola deve entrar com o pedido de liberdade junto à Vara Criminal de Vitória. 

ÁUDIO

Na coletiva do caso, o delegado Rodrigo Sandi Mori, da DHPP Serra,  afirmou que as investigações levantaram um áudio do advogado Frank Willian em que ele conta detalhes do inquérito para familiares dos investigados, inclusive sugerindo nomes de pessoas que poderiam ser as testemunhas sigilosas.

No dia seguinte que o advogado repassou o áudio, a casa da pessoa que ele indicou como testemunha foi depredada. “Ele ultrapassa os limites de atuação da advocacia e passa a atuar em conjunto com criminosos a partir do momento em que trás uma ordem pra matar de dentro do presídio; escreve uma carta de próprio punho a pedido do mandante e colocou em risco a vida de testemunhas ouvidas no inquérito policial”, afirmou o delegado durante a coletiva de imprensa.

Já a defesa alega que Frank não sugere no áudio que haja represália contra as testemunhas.  “Doutor Frank supõe no áudio quem seriam as testemunhas sigilosas. É muito subjetivo falarmos que a casa de uma pessoa foi destruída por este motivo. Não há, em nenhum momento do áudio, qualquer tipo de comando ou ação para destruir casa de alguém”, alegou.

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Já sobre a carta que Frank escreveu à pedido de Ícaro, detento da penitenciária de Guarapari, Espindola ressaltou que “a única carta que tem no processo é de um rompimento de relacionamento”. 

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