Um cachorro ficou ferido durante o tiroteio entre policiais e traficantes na noite desta quinta-feira (19) no bairro Santa Martha, em Vitória. O vira-lata Talibã, de um 1 ano e 6 meses, foi baleado com um tiro no peito.
O animal mora com os donos na Rua Benedito Muniz, na região conhecida como Mangue Seco, mesma via onde os policiais militares flagraram homens armados com pistolas e fuzis na noite de quinta-feira. A jovem contou que o tiroteio começou por volta das 23h05.
A dona do cachorro, uma estudante universitária de 19 anos, disse que estava em casa com a mãe, 37 anos, a avó, de 67 anos, a irmã de 8 e um irmão de 14 anos. A estudante tinha acabado de chegar do trabalho, na Enseada do Suá, quando ouviu os disparos.
Saí mais cedo do trabalho porque estava com um pressentimento. Cheguei em casa, coloquei o Talibã do lado de fora, e comecei a arrumar a casa. Quando estava na cozinha, começou o tiroteio. Nos escondemos em um cômodo para nos proteger, relembrou.
Quando o cachorro começou a latir, os donos ficaram desesperados para que o animal entrasse no imóvel. A estudante rastejou até a porta da sala para que Talibã retornasse.
Eu não podia levantar a cabeça porque eles estavam dando tiros de pistola e fuzil. Quando ele veio, ele estava todo ensanguentado. Minha mãe ficou desesperada quando viu. Ficamos uns cinco minutos dentro de casa até o tiroteio acabar.
Com o fim do tiroteio, a jovem pediu ajuda a policiais militares e vizinhos. Nenhum policial nem morador quis ajudar. Um militar que chegou depois me viu desesperada e sugeriu me escoltar. Fui andando a pé até um taxista aceitar me levar à clínica.
Talibã foi medicado e está internado em uma clínica. A universitária disse que a consulta e a internação custaram R$ 680. Ainda não foi identificado se a bala está alojada no peito do animal. O animal deverá fazer um raio-x ainda nesta sexta-feira (20).
Eu paguei com o dinheiro do meu adiantamento quinzenal mas ainda faltam R$ 130. Se o raio-x indicar alguma coisa, pode ser que seja necessário operar. Não temos mais dinheiro para fazer esses exames que ainda faltam, revelou.
Esse tiro poderia ter me acertado também, pois o tiroteio começou bem na hora que costumo chegar em casa. Graças a Deus, nenhum humano ficou ferido, mas o Talibã também é uma vida. Pelo o que sabemos, ele foi o único ferido nessa guerra toda. Pedi desculpa à minha mãe porque ele todo dia dorme no pé da minha cama. Eu coloquei ele do lado de fora só para arrumar a casa e acontece essa tragédia, lamentou.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta