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Dois homens são mortos durante festa funk na Ilha das Caieiras, Vitória

Dois homens são mortos durante festa funk na Ilha das Caieiras, Vitória

Rafael Gonçalves Pereira, 22, e Willian Silva da Costa, 26, foram baleados durante a festa. Uma mulher também foi vítima de bala perdida na rua

Publicado em 22 de setembro de 2019 às 10:26

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Rafael Gonçalves Pereira e Willian Silva da Costa, mortos a tiros em uma festa na Ilha das Caieiras, Vitória. (Reprodução)

Dois homens morreram e uma mulher ficou ferida durante uma baile funk particular no bairro Ilha das Caieiras, em Vitória, na madrugada deste domingo (22). O crime ocorreu em um salão de festas que funciona em um terraço, por volta de 1h30.

Segundo informações da Polícia Civil, Rafael Gonçalves Pereira, 22, discutiu com uma pessoa na festa. Minutos depois, começaram vários disparos. Ele foi atingido por quatro tiros no peito e na cabeça.

No entanto, a polícia não soube informar se a pessoa que Rafael tinha discutido era a mesma que efetuou os disparos. Durante a confusão, um dos tiros atingiu o peito do açougueiro Wilian Silva da Costa, 26, que era conhecido dos dois atiradores.

Testemunhas relataram à polícia que quando os atiradores viram que Wilian foi uma das vítimas, colocaram ele nas costas e encaminharam para o Pronto Atendimento (PA) de São Pedro, em Vitória.

Dois mortos e um ferido em baile funk no bairro Ilha das Caieiras . (Raquel Lopes )

No entanto, os dois atiradores, com medo de estarem sendo perseguidos, deram mais tiros ao fugirem. Um deles atingiu a virilha de uma técnica de enfermagem de 32 anos, que estava na rua e tentava proteger sua filha de 14 anos.

Rafael também foi levado para o PA de São Pedro por populares. Mas tanto Rafael quanto Willian já chegaram mortos. A mulher também foi encaminhada para o local, mas foi transferida para o Cias Hospital Unimed. Ela permanece internada. Ninguém ainda foi preso.

REGIÃO

Pessoas que moram perto do local onde o crime aconteceu relataram ter ouvido mais de 20 tiros. Uma comerciante de 48 anos, que preferiu não se identificar, disse que esse tipo de festa é frequente na região.

“Toda semana tem esse tipo de festa, parei até de trabalhar à noite. No momento dos disparos fui me esconder no quarto dos fundos de tanto medo. Fico até receosa de continuar morando e trabalhando na região”, contou. Um outro morador, um porteiro de 50 anos, disse que há mais de um ano esses eventos acontecem na região. No entanto, essa é a primeira vez que ocorreu o tiroteio. “Todo sábado essas festas ficam perturbando os moradores”, contou.

FAMÍLIA

A reportagem tentou falar com a família de Rafael, mas ninguém quis dar entrevista. Já os irmãos de Wilian contaram que ele estava num churrasco e resolveu emendar a noite na festa, mas não costumava frequentar o ambiente.

Um dos irmãos, um motorista de 33 anos, que preferiu não se identificar, disse que foi o último da família a conversar com ele. Chegou a aconselhar a vítima para não ir à festa porque ele já tinha bebido, mas não adiantou. “Encontrei com ele na pracinha, disse para não ir. Ele só me deu um beijo e disse que me amava. A gente nunca espera que isso aconteça com alguém da família, infelizmente as pessoas saem para se divertir e a gente não sabe se elas irão voltar”, desabafou.

DOAÇÃO DE ÓRGÃOS

O irmão disse também que autorizou a doação das córneas. A retirada foi feita por volta das 5h30, no PA de São Pedro, por uma equipe especializada. “Perdemos nosso irmão, mas isso vai dar esperança para outra pessoa. É uma forma de manter viva uma parte do meu irmão. Ele sempre disse que queria ser doador”, contou o motorista.

Na família de Wilian são cinco irmãos, sendo três homens e duas mulheres. Nascido em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, ele se mudou para Vitória há dois anos. Ele deixou quatro filhos. O enterro irá ocorrer na segunda-feira (23) no Cemitério Boa Vista, em Maruípe, na Capital.

ENTREVISTA

A família de Wilian Silva da Costa, 26, conversou com a reportagem. Um irmão de 34 anos, que não quis se identificar, disse que ele era uma pessoa tranquila e trabalhava como açougueiro num supermercado. Relatou ainda que ele não costumava frequentar as festas que ocorriam nesse terraço.

Dois mortos e um ferido em baile funk no bairro Ilha das Caieiras . (Raquel Lopes )

Você sabe o que aconteceu?

Só sabemos que rolou uma briga por um motivo bobo e ele foi vítima de bala perdida, o tiro não era para acertá-lo. A pessoa que o socorreu disse que ele estava conversando, mas morreu no caminho, chegando ao PA sem vida.

Como ele era?

Era um moleque bom, tranquilo, gostava de pagode e saia pouco. Ele não costumava frequentar as festas que rolavam nesse terraço. A notícia da morte dele foi uma porrada para toda a família.

Ele morava em São Pedro?

Sim. Há cerca de dois anos ele se mudou para Vitória. Atualmente, estava morando sozinho, mas o sonho era voltar para a ex-mulher com quem tem um filho de três meses. Ele é pai de mais três filhos que moram no Rio de Janeiro.

Antes de vir para Vitória ele Ele morava onde?

Antes ele morava em São Gonçalo, no Rio de Janeiro. Meus pais estão vindo de lá para o enterro.

Você sabia que ele iria para a festa?

Sim. Ele avisou para a família. Durante o dia ele estava no churrasco, resolveu emendar e ir para essa festa.

Ele conhecia os atiradores?

Eram conhecidos, no bairro todo mundo se conhece.

Você espera por justiça?

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Não tenho esperança que tenha justiça, entrego nas mãos de Deus.

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