> >
Menino morto pelo ex da mãe no ES teve pressentimento e chorou

Menino morto pelo ex da mãe no ES teve pressentimento e chorou

Homem invadiu a residência da família, em Cariacica, esfaqueou a ex, o filho dela e a sogra. O adolescente morreu

Publicado em 26 de setembro de 2019 às 21:29

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura

“Eu queria ter morrido no lugar do meu filho. Aquele traste assassino devia ter acertado a faca em mim e ter me matado. Desse jeito, eu não ia sentir essa dor que estou sentindo agora, meu Deus! Por que ele não me matou, me diz?”.

O misto de desabafo e lamentação é de Rosiani de Souza Gregório, 32 anos, mãe que presenciou o ex-marido Felipe Ted Christo Callefi, 32 anos, e um comparsa matarem o filho dela, o adolescente Eric de Souza Gregório, 17 anos, por volta das 5h30 desta quinta-feira (26) em Cariacica.

Como aconteceu a invasão à casa de vocês?

Eu, meu atual namorado e meu filho de 2 anos dormíamos em um colchão na sala. O Eric dormia no quarto, em uma cama de solteiro, com a irmã dele, de 8 anos. No mesmo quarto estavam minha mãe e dois sobrinhos, um menino de 9 e uma menina de 17 anos. O Felipe um cara que eu não conheço muito bem pularam o muro e arrombaram a porta da sala. Eles já chegaram com a faca levantada, como se fossem mesmo nos atacar. Os olhos dele estavam arregalados, dava pra ver o ódio e raiva na cara deles. O Felipe só assim: ‘mata todo mundo’. Deram a primeira facada no meu namorado. Tudo isso na frente do filho dele de 2 anos, que estava no colchão com a gente. O bebê não ficou ferido, mas olha a frieza desse desgraçado, esse monstro...

O que aconteceu depois?

Eu comecei a gritar para eles pararem e minha mãe também acordou. Quando percebi que iam entrar no quarto do meu Eric, tentei impedir e levei uma facada no braço. Minha mãe também entrou na frente deles e tomou uma facada nas costas. Foi muita confusão, mas conseguiram entrar no quarto do Eric e atingir ele com facadas no pescoço e rosto. Depois fugiram correndo.

E qual foi sua reação?

Fui no quarto e vi meu filho ferido, mas respirando, o corpo dele estava quentinho ainda. Saí correndo de pijama e chamei o pai e o avô do Eric, que moram perto da nossa casa. Eu peguei meu filho no colo e falei: ‘não morre, meu filho, pelo amor de Deus’. Eu acho que ele morreu no meio do caminho. Perdi minha vida. Meu filho era meu xodó.

E os demais feridos foram socorridos por quem?

Alguém ligou pra o Samu e minha mãe e meu namorado foram direto para o Hospital São Lucas.

Há quanto tempo você estava separada do Felipe?

Nós ficamos juntos por quatro anos e estávamos separados há quatro meses. Só tem um mês que estou com esse atual namorado, mas agora, nem sei se vai querer continuar namorando comigo. Esse atual é trabalhador, esforçado e trata a gente bem. Trabalha numa lanchonete e todo dia leva porção para gente comer junto com meus filhos em casa. Ontem mesmo (quarta-feira) ele levou mas eu não quis acordar o Eric, a gente nem abriu a porção.

O Felipe não aceitava o fim do relacionamento? Ele tentou reatar?

Ele sempre aparecia lá em casa para conversarmos, mas eu não queria mais. No começo ele era bom, mas depois me batia muito, arrumava confusão por qualquer coisa. Ele me ameaçava e a família dele apoiava ele. Por tudo isso, eu quis terminar e saí de casa. Ele está sumido, mas pode ter certeza que vou achar ele! Ele sabia que eu era mais apegada ao Eric e fez isso para me machucar, ele sabia que eu ia sofrer se perdesse o meu filho. Acho que ele foi lá só para matar o meu filho.

Você denunciou as ameaças e agressões à polícia?

Eu acreditava nas ameaças, mas minha atitude foi terminar tudo e sair de casa. Todo dia a gente colocava alguma coisa atrás da porta porque, se por acaso ele tentasse invadir, a gente ia ouvir algum barulho e acordar. Ontem (quarta-feira), eu não coloquei, meu Deus, e agora agora acontece essa tragédia. Meu filhinho ‘tᒠmorto… (choro).

E como era a sua relação com o Eric?

Ele era o meu tudo! Ele era calmo, bem tranquilo, falava pouco. De manhã cedo, ele gostava de tomar café na casa da avó paterna. Estudava o primeiro ano do ensino médio. Dia desses fez luzes no cabelo. Eu brincava que ia levar ele para sair comigo e que daqui a pouco ele ia arrumar uma namorada. E ele respondia que não ia levar ninguém lá em casa por causa do meu ciúme… Segunda-feira mesmo ele disse que teve um pressentimento de algo ia acontecer e começou a chorar, ele estava com medo do Felipe ir lá em casa me matar, me via sofrendo por causa das ameaças do Felipe. Tudo isso preocupava ele.

E o que espera que aconteça agora?

Eu queria ter morrido no lugar do meu filho. Aquele traste assassino devia ter acertado a faca em mim e ter me matado. Desse jeito, eu não ia sentir essa dor que estou sentindo agora, meu Deus! Por que ele não me matou, me diz?. Estamos sofrendo demais com tudo isso. Minha mãe, o pai dele, tadinho, que nunca me fez nada de mal, e agora está sentindo essa dor. O Felipe vai ser encontrado e deve pagar pelo o que fez. É o mínimo que eu espero que aconteça. Espero que os jornais, televisão e todo mundo nos ajude para prender esse homem!

Este vídeo pode te interessar

 

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais