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'Meu filho queria proteger a família', diz pai de jovem morto no ES

"Meu filho queria proteger a família", diz pai de jovem morto no ES

O pai de Eric de Souza Casati, morto a facadas nesta quinta-feira (26), disse que o filho queria proteger a família das ameaças do ex-marido da mãe dele

Publicado em 26 de setembro de 2019 às 16:25

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Separado há 16 anos da auxiliar de lavanderia Rosiani de Souza Gregório, 32 anos, o pai de Eric de Souza Casati, 17 anos, disse que o filho morreu porque queria proteger os irmãos, a avó e a mãe, com quem morava no bairro Santa Luzia, em Cariacica.

O pedreiro Lucimar Casati, 39 anos, disse que, há cerca de um mês, o mecânico de caminhão Felipe Ted Christo Caleffi, 32 anos, invadiu a residência de Rosiani para ameaçar e agredir a ex-mulher a família.

“O Felipe pulou o muro para agredir a Rosiani. Teve uma confusão e um tio do Eric o agrediu com um facão nas costas e disse que ia chamar a polícia. Para simular uma agressão, o Felipe bateu a cabeça na parede e meu filho filmou no celular”, disse.

Ao notar que o estudante estava filmando a cena, segundo familiares do adolescente, o mecânico foi em direção ao rapaz para o agredir. Para se proteger, ele pegou uma faca e enfrentou o ex-companheiro da mãe. A avó materna viu a confusão e interveio.

“A avó impediu uma tragédia. Antes de ir embora, o Felipe falou que ia voltar e matar meu filho e o tio dele. Antes e depois disso, chamei meu filho para morar comigo. Ele disse que não ia porque queria proteger a mãe. Meu filho morreu como herói. Meu menininho só queria proteger a família, meu Deus”, lamentou o pai.

SOCORRO AO FILHO

O pedreiro Lucimar Casati, 39 anos, estava dormindo na casa onde mora com os pais e dois filhos, um menino de 7 e uma menina de 11 anos, quando ele e o pai, o aposentado Sebastião Casati Vieira, 68 anos, foram acordados pela mãe de Eric de Souza Casati, 17.

Eles contaram que a auxiliar de lavanderia Rosiani de Souza Gregório, 32, chegou gritando por socorro por volta das 5h50 desta quinta-feira (26). Eles moram a cerca de 300 metros da casa do estudante no bairro Santa Luzia, em Cariacica. Lucimar e o pai, o aposentado que também trabalha como pedreiro, levaram o menino ao PA de Alto Lage.

“Encontrei meu filho na cama dele com um buraco no pescoço e um corte no rosto. Vi que ele estava quente, respirando e com os olhinhos abertos. Eu ainda tinha esperanças. Quando cheguei no hospital implorei: ‘não deixem meu filho morrer’. Cerca de 40 minutos depois, veio a notícia da morte. Meu mundo desabou ali mesmo”, disse o pedreiro.

Lucimar espera que Felipe seja preso o quanto antes. Ele disse que, para proteger o filho e familiares da ex-mulher contra as ameaças de Felipe, sugeriu que grades fossem instaladas nas portas e janelas da casa invadida. Segundo ele, a mãe de Rosiani recusou por acreditar que teria dificuldades para fugir ou pedir ajuda caso alguém invadisse o imóvel.

“O Felipe matou uma criança inocente que só queria proteger a família. Meu filho não tinha envolvimento com o tráfico, não usava drogas e não era ladrão. Se ele estivesse morando comigo ou se eu estivesse lá, eu não ia deixar isso acontecer. Pelo meu filho, eu entrava na frente de fuzil, de metralhadora, imagina de uma faca!”, desabafou.

Confira a entrevista completa de Lucimar Casati, 39 anos pai de Eric:

Sonora completa - 26-09-19

AVÓS QUERIAM LEVAR NETO PARA IÚNA

Os avós paternos do estudante Eric de Souza Casati, 17 anos, que morreu a facadas enquanto dormia na madrugada desta quinta-feira (26), planejavam mudar para o município de Iúna, no Sul do Estado, e convidar o neto para morar com eles.

Avô de Eric, Sebastião Casati Vieira. (Isaac Ribeiro)

O estudante foi assassinado no bairro Santa Luzia, em Cariacica, onde morava com a mãe dele, a auxiliar de lavanderia Rosiani de Souza Gregório, 32 anos, e a avó, uma aposentada de 54 anos. A casa do pedreiro, o avô paterno Sebastião Casati Vieira, 68 anos, está à venda.

“Infelizmente, não deu tempo de vender a casa e chamar o Eric para ir embora com a gente. Todos os dias ele vinha tomar o café da manhã da vó dele, dizia que o da casa dele não era tão bom. Ele era um menino calado. Passava o tempo todo no celular, mas era muito educado, não respondia e não era menino de rua”, ressaltou.

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