> >
Moradora do Barro Vermelho tem janela de apartamento atingida por tiro

Moradora do Barro Vermelho tem janela de apartamento atingida por tiro

Em e-mail enviado para a redação do Gazeta Online na madrugada desta sexta-feira (20), a mulher narrou os momentos de tensão que passou

Publicado em 20 de setembro de 2019 às 05:59

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Moradora teve janela do apartamento atingida por um tiro na noite desta quinta-feira no bairro Barro Vermelho, em Vitória. (Arquivo pessoal)

Uma moradora do bairro Barro Vermelho, em Vitória, passou por um susto no final da noite desta quinta-feira (19). Em e-mail enviado para a redação do Gazeta Online na madrugada desta sexta-feira (20), a mulher narrou os momentos de tensão que passou.

"Sou moradora do Barro Vermelho, em Vitória, e por volta das 23h ouvia muitos tiros nas proximidades. De repente, ouvi um barulho de estilhaço, fui ver e uma bala tinha acertado o vidro da minha janela. 

Por sorte, no momento não havia ninguém naquele quarto. A polícia atendeu meu chamado prontamente e esteve aqui", contou a moradora.

Após constatar que era um tiro, a moradora desabafou sobre a situação. "Estou assustada com esse ocorrido. Nossa cidade está cada vez mais entregue à bandidagem. Nunca se imagina uma coisa dessas, até acontecer", finalizou.

ENTREVISTA

Servidora pública, 30 anos, fala sobre o susto que passou na noite desta quinta

Foi quanto tempo de tiro?

No total, devem ter sido uns 10 minutos de tiro.

Teve medo de morrer?

Quando cheguei no quarto e fui procurar o que tinha acontecido e achei o tiro, me senti muito vulnerável ali no quarto. Rapidamente, voltei ao meu quarto onde estava dormindo. Não sabia até que ponto o tiroteio seria retomado. Tomei as providências, de ligar pra Polícia, abaixada em relação à janela. Me senti muito vulnerável. A gente não sabe onde isso poderia chegar. Tive muito medo (de morrer) sim.

Como aconteceu?

Já estava deitada, ouvindo os tiros. De repente, veio um barulho de estilhaço na minha casa. Levantei insegura, imaginando o ocorrido e achei um quarto com a janela atingida.

Quem fica nesse quarto?

Esse quarto é só um escritório e não tinha ninguém lá, graças a Deus. Estava em outro quarto, onde já estava deitada. Quando eu vi a imagem da janela, rapidamente voltei para o meu quarto porque é um cômodo mais afastado e fiquei deitada ouvindo ainda alguns disparos. Comecei a ligar para a Polícia, que chegou dez, 15 minutos depois.

Você precisou deitar no chão?

Imaginei sim que, se os disparos continuassem, fosse passar a noite deitada no chão e passar ali com mais segurança possível. Esses barulhos de tiro cessaram e comecei a me acalmar e percebi que deitar na minha cama que fica na altura da parede seria mais seguro, mas não descartei a hipótese de dormir no chão não.

O que disseram os policiais?

Contextualizaram que tiveram muita troca de tiros na região de Andorinhas e que eles faziam o patrulhamento na região de Itararé e algumas motos foram identificadas suspeitas e vieram para a região do meu bairro atirando. Isso foi uma das suspeitas para que um desses disparos dos criminosos, que vieram atirando em direção ao meu bairro para atrair a ação da Polícia para fora da região de Itararé. Não encontramos o projétil dentro do quarto. Até porque pela imagem, o projétil atingiu a região muito próxima da barra de alumínio onde há uma borracha. É muito provável que ela tenha batido numa velocidade de que ela não chegou a perfurar e entrar no quarto.

Você mora sozinha?

Não, estava sozinha, mas não moro sozinha. Moro com meu esposo.

O que você sentiu na hora?

Uma insegurança muito grande. Já estava assustada por causa dos tiros. Já escutei outras vezes, mas ontem estava um pouco mais intenso. E eu estava mais atenta até pelo fato de estar sozinha e me gerou um susto. A reação em cadeia de ouvir um estilhaço já me chamou atenção de que os tiros estavam chegando aqui e você não imagina de que forma. A gente se sente vulnerável a essa insegurança, essa calamidade que vivemos na Segurança Pública. Isso é o reflexo de tudo que está acontecendo. Não há mais limites. A ação desses criminosos não está restrita a essas regiões de morro e está chegando em outros bairros.

TIROTEIO EM ANDORINHAS

Perto dali, no bairro Andorinhas, moradores da região relataram terem ouvido diversos tiros durante o final da noite. Veja abaixo alguns dos vídeos enviados ao Gazeta Online.

O QUE DIZ A SESP

Sobre os tiros ouvidos por moradores, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) informou que a PM fazia patrulhamento quando se deparou com criminosos armados em Andorinhas, na região de Mangue Seco. Eles atiraram e os militares se defenderam.

Na madrugada desta sexta-feira (20), dois homens, de 19 e 18 anos, foram presos pela Polícia Militar. Suspeitos de participar no tiroteio, eles foram encaminhados para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) em Barro Vermelho, Vitória. A dupla presta depoimento nesta manhã.

Material apreendido durante a operação:

- 1 Pistola calibre 9mm, com dispositivo seletor de rajada

- 3 Carregadores de pistola - sendo um com capacidade para 30 munições

- 22 Munições intactas de calibre 9mm

- 1 Pistola calibre .380 - numeração raspada

- 12 Munições intactas calibre .380

- 36 Cápsulas calibre de 9mm

- 5 Cápsulas de calibre .40

 

 

Este vídeo pode te interessar

 

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais