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CGU identifica 346 mil cadastros do Bolsa Família com indícios de fraude

CGU identifica 346 mil cadastros do Bolsa Família com indícios de fraude

Ao todo, foram pagos R$ 1,3 bilhão a quem não tinha direito

Publicado em 4 de janeiro de 2018 às 13:46

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Bolsa Família: o programa foi criado em 2003. (Ministério do Desenvolvimento Social | Divulgação)

Uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) no programa Bolsa Família identificou 346 mil cadastros com indícios de fraude. São casos de beneficiários que não teriam direito ao programa por estarem fora das regras estabelecidas, em especial por terem seus rendimentos mensais acima do patamar determinado pelo governo, de R$ 170. Segundo a CGU, os registros com indícios de fraudes envolvem servidores públicos e pessoas que possuem casa própria e automóveis importados. Até famílias com renda maior que R$ 1,9 mil por pessoa estavam entre os beneficiários do programa. Ao todo, foram pagos indevidamente R$ 1,3 bilhão a quem não tinha direito.

A CGU realizou um pente-fino nos registros de 2,5 milhões de famílias com cadastros suspeitos, devido a problemas de informações sobre o CPF dos beneficiários, o tamanho e a renda dos núcleos familiares. A informação sobre as fraudes, divulgada pelo "Bom Dia Brasil", da TV Globo, foi repassada ao Ministério do Desenvolvimento Social (MDS). Segundo a pasta, entre outubro de 2016 e dezembr de 2017, o governo federal já promoveu a revisão do benefício em 4,7 milhões de cadastros irregulares. O governo não informou ao "Bom Dia Brasil" se os 346 mil cadastros indentificados pela CGU estão incluídos entre os casos revistos pelo MDS.

O secretário federal de controle interno da CGU, Antônio Carlos Leonel, disse que aqueles que recebem dinheiro de forma irregular estão sendo procurados e podem ser responsabilizados.

— Não é aquele indivíduo que aumentou a renda, conseguiu emprego, melhorou que a gente vai atrás. O que nos preocupa é aquele caso da pessoa que já entrou errada, tem um padrão de vida excelente, que está fraudando o programa de fato — afirmou Leonel, ao "Bom Dia Brasil".

Ao assumir definitivamente o governo, no segundo semestre de 2016, o presidente Michel Temer determinou que fosse realizado um pente-fino no Bolsa Família para identificar beneficiários que mentiam sobre a renda para continuar no programa. Ao cruzar as bases de dados, a fiscalização encontrou 2,2 milhões de famílias com irregularidades no cadastro. No entanto, cerca de 1,5 milhão, ou seja, 46%, tinham renda menor do que a declarada. Na ocasião, o governo cancelou automaticamente 470 mil cadastros e bloqueou outros 655 mil até que pendências fossem cumpridas.

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