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Especialistas avaliam impactos da condenação de Lula na economia

Especialistas avaliam impactos da condenação de Lula na economia

Economistas enxergam decisão do TRF-4 com otimismo, mas admitem que não resolve todos os entraves

Publicado em 25 de janeiro de 2018 às 02:04

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(Divulgação | Instituto Lula)

Apesar de enxergarem com otimismo a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na segunda instância pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), economistas capixabas avaliam que essa não é a principal solução para os entraves da economia brasileira, sem grandes reflexos diretos que levem à saída da crise.

Segundo os especialistas, o impacto direto na economia após a decisão unânime do Tribunal ao manter a condenação do ex-presidente por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex no Guarujá (SP), seria a maior dificuldade do ex-presidente estar nas urnas em outubro, em função da limitação da Lei da Ficha Limpa.

Além disso, eles ponderam que o que vale mesmo é quem vai estar no comando do Planalto a partir de 2019 e como será sua política econômica, como, por exemplo, a condução da agenda de reformas, em especial, a da Previdência.

SEM TANTO OTIMISMO

Arilda Teixeira, economista e professora da Fucape

A economia brasileira se depara com problemas graves de soluções difíceis. A equipe econômica que assumirá no próximo governo terá que ter fôlego para encaminhar soluções para os atuais entraves ao crescimento. Mais do que volume de investimento, precisa celeridade, eficiência e credibilidade para romper o círculo vicioso da República do compadrio que está aniquilando seu potencial para crescer.

Essa situação coloca-a em alerta para a disputa política que se desencadeará com a condenação do ex-presidente Lula porque o que lhe interessa é a equipe econômica que assumirá em 2019.

Esta, por sua vez, depende da qualidade do governo eleito. Acontece que ainda não despontou um líder, com projeto de governo que caiba num projeto maior de país que o Brasil precisa, e que traga a reboque a equipe econômica que lhe interessa. Não se pode ter muito otimismo porque a qualidade da classe política brasileira é questionável. Não dá para esperar muito dela, inclusive um líder para puxar o Brasil para frente.

HÁ FATORES MAIS DETERMINANTES

 

Sebastião Demuner, economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia no Espírito Santo (Corecon-ES)

Existe um otimismo natural, uma vez que é a primeira mensagem que passamos para o exterior de ser um país com mais segurança jurídica. Apesar da unanimidade, ainda continua a incerteza em reação ao país, o que de certa forma ainda passa uma insegurança para o investidor estrangeiro. 

Isso porque mesmo com a condenação, tem-se a dúvida jurídica se o ex-presidente vai ser candidato, se será preso, ou mesmo se poderá ser inocentado na terceira instância.

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Tudo isso gera uma dúvida no campo econômico, o que tira o investimento do Brasil, já que ainda não estamos conseguindo passar a imagem de um país seguro para o investidor. Estamos num país judicializado, onde fazer negócios é algo moroso e difícil, uma vez que nossa reputação é de leis agarradas e burocráticas. Tudo isso junto gera uma incerteza, que depende sim da eleição, mas ainda mais do avançar de medidas como a reforma da Previdência, que será algo ainda mais determinante para a melhora da economia que o fator Lula, passando a imagem de um país mais veloz e moderno.

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