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Maia: 'Não será fácil', mas é 'viável' votar a reforma da Previdência

Maia: 'Não será fácil', mas é 'viável' votar a reforma da Previdência

Em Nova York, presidente da Câmara afirma que será necessário buscar apoio dos governadores

Publicado em 15 de janeiro de 2018 às 10:22

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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), admitiu neste domingo em Nova York que será difícil aprovar a reforma da Previdência. Por outro lado, ele acredita que a piora das contas públicas dos estados pode facilitar a obtenção dos votos necessários. Perguntado se é viável votar o projeto em fevereiro — como quer o governo —, Maia disse que sim, mas, para isso, seria preciso recompor a base do governo e buscar apoio dos governadores. Ele afirmou que, na volta ao Brasil, conversará com governadores.

— Muitos deputados, em ano eleitoral, se não tiverem muita clareza de que há base sólida para aprovação, acabam não votando, nem vão aparecer no dia da votação. Construir uma base sólida de pelo menos 320, 330 deputados não será fácil. Vai precisar de muito diálogo e do envolvimento de outros políticos, inclusive dos governadores, que serão beneficiados. A situação fiscal dos estados vem piorando ano a ano. Cinco estados este ano não pagaram o décimo terceiro salário ao funcionalismo. Nosso desafio é poder somar esforços, teremos de ampliar a base do presidente para votar. É viável (votar em fevereiro) com a ajuda dos governadores. Ano que vem, se não votarmos, o número pode passar de cinco estados sem pagar. Não adianta aparecer pleito de governadores querendo aprovar fluxo de caixa de curto prazo. Soluções não podem mais ser de curto prazo. É preciso reestruturar as contas públicas brasileiras.

Aliados do Palácio do Planalto no Congresso avaliam que o governo tem duas tarefas simultâneas: acalmar a base e usar o rebaixamento da nota do Brasil pela agência de classificação de risco S&P na semana passada como arma para pressionar os parlamentares a votar a reforma, com o discurso de que tudo pode piorar caso ela não seja realizada. Segundo interlocutores de Michel Temer, o presidente quer ir para “o tudo ou nada” no dia 19 de fevereiro.

Segundo Maia, é preciso recompor de 70 a 80 votos.

— Sempre fui muito realista. O governo saiu de uma base de 316 deputados no fim de 2016 para terminar, após a segunda denúncia contra o presidente Temer, com 250. É preciso recompor cerca de 70, 80 votos. A decisão do governo, depois da primeira denúncia, foi a de afastar quem não votasse a favor do presidente. Isso abriu um problema: como se faz agora para conquistar 308 votos? A reforma é urgente, precisa ser aprovada, mas para isso é preciso se reconstruir a base do governo tal como era para se ir ao plenário — disse.

Perguntado sobre o estranhamento que teve com o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) após o o rebaixamento, Maia defendeu o Parlamento:

— Não posso aceitar que o Congresso seja responsabilizado sobre esta questão. O Congresso votou matérias que todos consideravam praticamente impossíveis, como a reforma trabalhista. O governo encaminhou uma reforma tímida, com apenas cinco artigos, nós mudamos pelo menos cem artigos. Nós estamos colaborando muito com a agenda de reformas da economia brasileira, com a terceirização, com o projeto do pré-sal, com a recuperação fiscal dos Estados. Não pode parte do governo transferir para o Congresso uma responsabilidade que não é nossa. O que não é justo e não é bom para a reforma esse jogo de que não sou culpado, você não é culpado, porque todos estamos com o mesmo objetivo, que é reformar o Estado brasileiro. O que não pode é em cima disso alguns tentarem obter benefício próprio.

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