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Maia admite candidatura caso melhore nas pesquisas de intenção de votos

Maia admite candidatura caso melhore nas pesquisas de intenção de votos

Presidente da Câmara afirma que no dia que ele tiver 7%, 'as coisas melhoram muito', em evento nos Estados Unidos

Publicado em 18 de janeiro de 2018 às 11:16

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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), admitiu nesta quarta-feira, 17, que poderá disputar a sucessão de Michel Temer caso obtenha números mais elevados nos levantamentos sobre intenção de voto. “Hoje não, eu tenho 1% nas pesquisas. No dia em que eu tiver 7%, as coisas melhoram muito”, declarou, em resposta a pergunta sobre sua eventual candidatura. Em evento no Brazil Institute do Wilson Center, em Washington, Maia defendeu uma agenda de reformas que leve à reestruturação e ao equilíbrio fiscal do Estado brasileiro, o que abriria caminho para a criação de programas sociais sustentáveis.

Na opinião do parlamentar, o Bolsa Família não é um “bom programa social”, por não ter mecanismos que permitam a independência de seus beneficiários. “Criar um programa para escravizar as pessoas não é um bom programa social. O programa bom é onde você inclui a pessoa e dá condições para que ela volte à sociedade e possa, com suas próprias pernas, conseguir um emprego.”

Em entrevista depois do evento, Maia disse que o Bolsa Família gera “dependência”, por não criar uma “porta de saída” para os participantes. “Essa dependência atrela as pessoas ao Estado.” O deputado defendeu mudanças que criem obrigações em relação à saúde, educação e saneamento, que levaria as pessoas as serem “estimuladas a sair do programa”.

Para ele, a ausência de obrigações para os beneficiários os transforma em “dependentes”. Maia afirmou que o Bolsa Família é um programa “liberal” e não de esquerda, mas criticou a maneira como ele foi implementado pelo PT. “É engraçado que o Brasil cresceu tanto no governo do PT e o número de pessoas dependentes do Bolsa Família aumentou. Tem alguma coisa errada. Se o Brasil está ficando mais rico, por que há mais pessoas pobres dependentes do Bolsa Família? Essa era uma distorção grande.”

Para ele, a principal questão em relação ao programa é a porta de saída para seus beneficiários. “Como é que você dá condições para o cidadão pobre brasileiro, que depende do Bolsa Família, que o filho dele tenha uma condição de escolaridade, uma condição de saúde, cursos profissionalizantes para que ele possa sair da dependência e possa gerar sua própria renda.”

O presidente da Câmara defendeu ainda que o programa esteja vinculado a políticas públicas que deem condições de igualdade a todos. “Para que esse cidadão hoje, que tem uma escolaridade de pior qualidade, não tem saneamento no bairro dele, não tem o mínimo social, que você gere as condições para que dali para a frente ele tenha condições de competir com o filho de um trabalhador de classe média, classe média alta”, ressaltou.

'CIDADE DE DEUS'

O Minha Casa Minha Vida também foi criticado pelo deputado do DEM, para quem a falta de estrutura e condições de saneamento poderá transformar unidades do programa em novas versões da Cidade de Deus, o conjunto do Rio de Janeiro marcado pela pobreza e violência.

Segundo ele, muitas unidades não têm escolas, postos de saúde nem ligações ao sistema de tratamento de esgoto, que é jogado em valas abertas. “Dou exemplo real, do que acontece com a vida das pessoas num projeto social mal feito, importante, mas que deveria vir, no conjunto, com outras políticas, para dar de fato condições para aquela família”, declarou.

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Em sua opinião, a ausência dessas políticas complementares “vai acabar transformando esses ambientes como no passado se transformou no Rio de Janeiro a Vila Kennedy e a Cidade de Deus”.

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