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Acusada de 'rachid' disse que dinheiro era para ajudar a população

Acusada de "rachid" disse que dinheiro era para ajudar a população

Rosa Ivânia Euzébio dos Santos (PSDC), a Rosinha Guerreira, foi ouvida na 1ª Promotoria de Justiça Criminal de Linhares e transferida para o Centro Prisional Feminino de Colatina

Publicado em 27 de fevereiro de 2018 às 15:42

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Vereadora Rosinha Guerreira presa por acusação de prática de "rachid". (Divulgação/Câmara de Linhares)

A defesa da vereadora Rosa Ivânia Euzébio dos Santos (PSDC), mais conhecida como Rosinha Guerreira, de Linhares, presa preventivamente na tarde desta segunda-feira (26), acusada de prática de "rachid", disse que, segundo a própria parlamentar, ela fazia prática desse ato para ajudar a população.

"No depoimento, ela disse que usava esse dinheiro comprando medicamentos, cestas básicas, ajudando a população, todo tipo de pessoa que batia a porta dela. Ela diz que, inclusive, indistintamente, sem avaliar se as pessoas tinham ou não votado nela", afirmou o advogado Cleylton Mendes.

No entanto, quando foi presa, na Câmara Municipal de Linhares, Rosinha disse que não sabia do motivo da prisão. "No momento, não estou sabendo de nada. Estou indo lá (na Promotoria) para a gente ver o que realmente é. Assim que tiver posição, a gente passa".

O "rachid" é praticado quando um político que exerce determinado mandato exige para si parte do pagamento de servidores como condição para a obtenção ou manutenção do trabalho. O promotor Leonardo César Augusto dos Santos disse que os funcionários prejudicados poderão ser ressarcidos.

"Existe a possibilidade do pedido do dano moral coletivo. A gente não pode falar quanto, porque ainda está em investigação, a gente não auferiu o tamanho da lesão. No entanto, o crime em si, por si mesmo, a gente já tem condições de afirmar que vai ser pedido dano moral".

A vereadora Rosinha sendo conduzida para prestar depoimento. (Ariele Ruy / TV Gazeta Norte)

DEFESA VAI PEDIR REVOGAÇÃO DA PRISÃO

Rosinha foi ouvida na 1ª Promotoria de Justiça Criminal do município na tarde desta segunda e transferida para o Centro Prisional Feminino de Colatina. O prazo que ela ficará detida ainda não foi fixado. A defesa disse que vai tentar reverter a prisão.

"Com a confissão dela, eu entendo que não há mais qualquer qualquer justificativa para manutenção da prisão tendo em vista que ela já admitiu a prática, não representa risco social nenhum, endereço fixo. Então, a nossa intenção é convencer a juíza do caso a fazer a revogação da prisão para que ela responda o processo em liberdade até a sentença definitiva", informou Cleylton.

A Câmara Municipal de Linhares informou, por meio da assessoria de imprensa, que não foi notificada da prisão da vereadora e, por isso, não pode se pronunciar sobre o assunto.

Nesta segunda-feira (26), promotores do caso informaram que Rosinha foi afastada do cargo e teve os bens bloqueados. Mas, na verdade, o Ministério Público apenas pediu o afastamento da vereadora e bloqueio dos bens. Esses pedidos ainda aguardam uma decisão da Justiça e um posicionamento da própria Câmara.

O MPES informou nesta terça-feira (27), que no momento analisa o material apreendido e os depoimentos prestados por testemunhas e pela vereadora.

OPERAÇÃO

O mandado de prisão da parlamentar faz parte da operação "Salário Amigo", deflagrada pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES), que também realizou 12 conduções coercitivas de servidores do gabinete da parlamentar, além de cumprir mandados de busca e apreensão de computadores e documentos no lugar.

A operação teve apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco-Norte), e visa a combater o crime de corrupção por meio da prática do que se conhece popularmente com "rachid". (Com informações de Brunela Alves)

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