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Brasil piora em ranking de corrupção mundial

Brasil piora em ranking de corrupção mundial

País caiu 17 posições e registrou o pior índice em cinco anos

Publicado em 22 de fevereiro de 2018 às 00:20

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No ano em que a Câmara dos Deputados barrou duas denúncias formais contra o presidente Michel Temer (PMDB), o Brasil caiu 17 posições em ranking internacional que mede a percepção da sociedade com o combate à corrupção. Em 2017, o país ficou na 96ª colocação no Índice de Percepção da Corrupção (IPC), medido pela Transparência Internacional, ante a posição de número 79 que ocupava no ano anterior.

Quanto pior um país está situado no ranking, maior é a percepção da corrupção por seus cidadãos. Em uma escala que vai de 0 a 100, em que zero significa altamente corrupto e cem, altamente íntegro, o indicador brasileiro recuou três pontos, de 40 para 37.

As denúncias envolvendo Temer e sua conversa com o empresário Joesley Batista influenciaram a piora no indicador no ano passado, afirmou o representante da Transparência Internacional no Brasil, Bruno Brandão.

“Influenciou ainda mais a sensação de impunidade o fato de ministros com acusações gravíssimas permanecerem no governo, o próprio presidente sendo acusado de corrupção passiva, obstrução de Justiça e organização criminosa e o Congresso Nacional, certamente condescendente, impedindo que fosse adiante o processo e a verificação desses fatos”, disse Brandão.

Para a organização, o recuo sinaliza que o combate à corrupção no Brasil pode estar em risco. Em relatório, a Transparência Internacional observa que o agravamento no índice é comumente observando em países que começaram a confrontar a corrupção de maneira eficaz, pois traz luz ao problema, mas que o efeito negativo já começaria a ser revertido se o país persistisse no enfrentamento.

No ano passado, além das denúncias contra Temer, outros fatos mereceram atenção, como a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

A Operação Lava Jato e outras grandes operações são citadas como justificativa para a queda no índice. Em 2016, quando o Brasil subiu dois pontos no ranking, o País havia demonstrado uma estabilidade que poderia sinalizar uma fase positiva, destaca a organização. A tendência, no entanto, foi revertida no resultado de 2017. Os fatores estruturais da corrupção nacional continuam “inabalados”, segundo a organização.

“Não houve uma resposta à altura para o problema da corrupção, esta palavra não aparece nos discursos oficiais do presidente da República ou em qualquer projeto de lei ou agenda do Congresso. É como se o problema não existisse”, declarou Bruno Brandão.

OUTROS PAÍSES

Com a nota atual, o país se encontra na pior situação dos últimos cinco anos. Antes da eclosão da Lava Jato, em 2013, o Brasil estava em 72º lugar no ranking, com 42 pontos, ou seja, 24 posições acima do último ano.

No ranking, o Brasil está empatado com Colômbia, Indonésia, Panamá, Peru, Tailândia e Zâmbia, e fica atrás de Timor-Leste, Sri Lanka, Burkina Faso, Ruanda e Arábia Saudita. Entre os 180 países analisados, a primeira posição, com maior nível de integridade, é ocupada pela Nova Zelândia, seguida por Dinamarca, Finlândia, Noruega e Suíça. Os piores são Somália, Sudão do Sul, Síria, Afeganistão e Iêmen. (Agência Estado)

Rede Gazeta promove debate sobre o tema

O combate à corrupção está no centro das discussões nacionais, fator que poderá ser decisivo no resultado das próximas eleições e também na condução das futuras gestões. Nesse sentido, a Rede Gazeta realizará na próxima segunda-feira, dia 26, o seminário “Diálogos sobre Integridade”, que será um espaço amplo de debates sobre a construção de um ambiente favorável para o desenvolvimento da governança no setor público e empresarial.

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso; o diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, delegado Eugênio Ricas; o procurador regional da República de São Paulo, Carlos Fernando Lima; e o ex-ministro da Advocacia-Geral da União Fábio Medina Osório vão participar do seminário, que acontecerá a partir das 13 horas, no Centro de Convenções de Vitória, em Santa Lúcia.

Entre os temas que serão discutidos estão o combate à corrupção sob a ótica da Polícia Federal, história da improbidade administrativa, além da Operação Lava Jato e como ela contribui para a ética nos negócios públicos.

O cenário atual, que decorre da atual influência dos trabalhos do Poder Judiciário, do Ministério Público, da Polícia Federal e da OAB, abriu novas perspectivas para a sociedade em torno do cumprimento das leis, da escolha de candidatos honestos nas próximas eleições e, sobretudo, da integridade como padrão de conduta.

Diálogos sobre Integridade

Quando: 26/02, próxima segunda

Horário: 13h

Onde: Centro de Convenções de Vitória

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Inscrições gratuitas: www.gazetaonline.com.br/dialogo

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