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Delegados são surpreendidos por troca de comando da PF

Delegados são surpreendidos por troca de comando da PF

Presidente da Associação de Delegados Federais no Estado considerou medida como abrupta

Publicado em 27 de fevereiro de 2018 às 23:28

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Delegado Guilherme Helmer, Presidente da Associação dos Delegados da Polícia Federal no Espírito Santo. (Divulgação)

A troca da direção da Polícia Federal, substituindo Fernando Segovia, no cargo desde novembro, pelo delegado Rogério Galloro, foi tida como uma medida abrupta e que causou surpresa entre os delegados da instituição.

O presidente da Associação dos Delegados da Polícia Federal no Espírito Santo, Guilherme Helmer, considerou que a medida demonstra a fragilidade institucional vivida pela Polícia Federal, que esta semana passou a ser subordinada ao novo Ministério da Segurança Pública, e não mais ao Ministério da Justiça.

"A PF enfrenta todo o poder político e econômico, mas não tem nenhuma proteção contra as investidas desse poder. A instituição fica ao sabor dos interesses e toda sua estrutura pode ser alterada a qualquer tempo. Não sabemos qual foi o critério dessa escolha. E é por isso que sempre defendemos que ela fosse feita pela própria instituição, a partir de uma lista tríplice, como é no Judiciário e no Ministério Público", afirmou.

Alguns delegados já temiam que alguma mudança pudesse ocorrer nos quadros de direção por conta da mudança de ministério. Antes subordinados a Torquato Jardim, agora a PF responde a Raul Jungmann. Helmer ressalta, entretanto, que a decisão de trocar o diretor-geral é do presidente Michel Temer (PMDB), e teceu elogios a Segovia.

"Causa estranhamento isso ter ocorrido dias depois da Polícia Federal ter solicitado a quebra de sigilo bancário e fiscal de Temer. Segovia estava praticando atos concretos para permitir uma PF sólida. Apesar das críticas que recebeu, considero que vinha fortalecendo o combate à corrupção, fortaleceu o grupo de inquéritos da Lava Jato junto ao Supremo, e também fez boas escolhas de delegados para o auxiliar. Trocou vários diretores, superintendentes, que são delegados de grande mérito. Agora não sabemos como isso vai ficar", comentou.

CONTRA NOVAS MUDANÇAS

O presidente da ADPF defende que não sejam feitas outras mudanças nos demais cargos de direção da instituição, como no caso do delegado Eugênio Ricas, na função de diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado também há três meses, e o delegado Márcio Anselmo, na Divisão de Crimes Financeiros.

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"É um grande delegado. Se você está com uma máquina andando, para e reconstrói tudo, há prejuízo. É melhor que sejam mantidas as indicações técnicas feitas por Segovia. Eles têm todos os predicados para continuar", disse.

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