> >
Meirelles admite que contempla candidatura à Presidência

Meirelles admite que contempla candidatura à Presidência

Ministro ressalta que só tomará decisão sobre disputar a Presidência no fim de abril

Publicado em 22 de fevereiro de 2018 às 23:12

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
As declarações de Meirelles confirmando sua disposição de disputar a Presidência, ainda que sem uma decisão definitiva, ocorre dias depois de o presidente Michel Temer anunciar que desistiu de votar a reforma da Previdência no Congresso. . (José Cruz | Agência Brasil)

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, reafirmou nesta quinta-feira (22), em duas entrevistas diferentes, que cogita se candidatar à Presidência da República. Pela manhã, para a rádio mineira "Itatiaia", Meirelles disse que sua etapa à frente do ministério está cumprida e ressaltou estar "contemplando" a possibilidade de uma candidatura. Depois, em entrevista à rádio CBN, disse que seu histório lhe dá condições de “postular uma candidatura”. Ele ressaltou que só tomará essa decisão no fim de abril, quando terá que decidir se deixará o cargo de ministro para concorrer. Meirelles é filiado ao PSD.

Pela manhã, Meirelles respondeu a uma pergunta do locutor da rádio Itatiaia, que questionou se o ministro ainda teria ânimo de estar à frente da Fazenda num próximo governo:

"Eu acho que essa etapa como ministro da Fazenda é uma etapa cumprida, como eu tive lá atrás também, quando fui oito anos presidente do Banco Central. Estamos agora contemplando essa nova etapa de uma possível candidatura a presidente da República. Eu não estou pensando nisso agora, como tenho dito, mas certamente dentro de 40 dias, ou um pouco mais, estaremos tomando essa decisão de continuar o serviço público, mas aí ampliando bastante o escopo de ação. E podendo levar isso que está acontecendo na economia para todos os segmentos".

Mais tarde, em entrevista à rádio CBN, o ministro afirmou que sua carreira e seu histórico profissional lhe dão condições de postular uma candidatura. Ele contou ainda que "cansa" de ouvir pedidos para que ingresse na corrida eleitoral.

"Não há dúvida de que eu estou pensando nisso (candidatura), é uma possibilidade. Se fosse algo que não me interessasse, ou eu achasse que não estou preparado, eu não estaria considerando a hipótese de ser candidato. Mas minha carreira e o meu histórico me dão condições de postular uma candidatura", disse.

Ao ser questionado sobre quais fatores levará em consideração para definir se vai ou não concorrer ao Planalto, ele disse que a decisão vai depender de uma disposição pessoal, além de estrutura partidária e também da receptividade dos próprios eleitores. Meirelles ressaltou, por exemplo, que tempo de televisão para os candidatos é algo importante para viabilizar uma candidatura.

"Tem ainda uma avaliação sobre se a candidatura é algo que vai ser entendida pela população. Para isso, existem pesquisas qualitativas. Não é apenas de intenção de votos. Essa é um aspecto apenas. É importante se avaliar, por exemplo, qual o perfil que se espera, o que o eleitor quer", disse o ministro, acrescentando que tem visto uma boa receptividade a seu nome: "Todas as avaliações que eu tenho de pessoas que conhecem o assunto, conversam com outras pessoas, são no sentido favorável".

DISPUTA PELO CENTRO

As declarações de Meirelles confirmando sua disposição de disputar a Presidência, ainda que sem uma decisão definitiva, ocorre dias depois de o presidente Michel Temer anunciar que desistiu de votar a reforma da Previdência no Congresso. Como ministro, Meirelles era o principal articulador das mudanças nas regras previdênciárias.

O governo mudou o foco para as ações relacionadas à intervenção na segurança do Rio. Um dia antes da entrevista de Meirelles, o marqueteiro do presidente, Elsinho Mouco, disse que a intervenção pode impulsionar a imagem de Temer, de olho na possibilidade de candidatura à reeleição: “O Temer jogou todas as fichas na intervenção”, disse Mouco ao colunista do GLOBO Bernardo Mello Franco.

Após a entrevista do marqueteiro, o Palácio do Planalto afirmou que a internveção não é uma “agenda eleitoral”. No entanto, Michel Temer começa a fazer movimentos na construção de sua candidatura. O Palácio do Planalto pediu a todos os ministérios uma relação completa de realizações, possíveis inaugurações e anúncios de balanços positivos para que o presidente possa “faturar” com as ações.

Este vídeo pode te interessar

Temer e Meirelles são alguns dos nomes do governo que cogitam disputar a Presidência em outubro. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também é visto como uma potencial candidatura de centro, que também defenderia o legado do governo Temer. Na última pesquisa Datafolha, divulgada no fim de janeiro, os três tiveram 1% das intenções de voto nos cenários em que foram cogitados. Em uma das simulações, Meirelles apareceu com 2%.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais