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Procurador da Lava Jato: Momento de mudanças começa nas eleições

Procurador da Lava Jato: Momento de mudanças começa nas eleições

Em evento promovido pela Rede Gazeta, Carlos Fernando dos Santos Lima destacou que a operação não é solução para os problemas brasileiros

Publicado em 26 de fevereiro de 2018 às 20:53

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Carlos Fernando dos Santos Lima no evento Diálogos, promovido pela Rede Gazeta. (Fernando Madeira)

Procurador da República e membro da força-tarefa da Operação Lava Jato, Carlos Fernando dos Santos Lima afirmou que as eleições de 2018 são fundamentais para uma virada de página no Brasil. "O momento de mudanças começa nas eleições de 2018. A Lava Jato não é solução para os problemas", disse o procurador, na tarde desta segunda-feira (26), durante palestra no evento "Diálogos sobre Integridade", realizado pela Rede Gazeta, em parceria com a Unimed Vitória, a ArcelorMittal e o governo do Estado.

O procurador enfatizou que a sociedade deve vencer a cultura de deixar decisões importantes exclusivamente nas mãos de políticos. É necessário participar delas. Ele também rebateu uma ideia comum no país, a de que os políticos são reflexo da sociedade que os elege.

"Não podemos aceitar a ideia de que políticos são nossos reflexos. Não é verdade. Acredito piamente que nossos problemas decorrem de reflexos das nossas elites. Temos um sistema de desigualdade inerente. As pessoas mais simples sobrevivem em um mundo desigual", afirmou.

Lima também criticou o "relativismo moral". Para ele, esse é o maior problema enfrentado pelos investigadores da Lava Jato.

"De todos os problemas que vimos na Lava Jato, o mais perigoso é o relativismo moral. Às vezes, pessoas que estão contrárias ao grupo X não estão contrárias ao grupo Y, se este chegar ao poder", disse.

Para o procurador, cada cidadão deveria refletir sobre as próprias impressões e evitar o relativismo. Em outras palavras, evitar tolerar a corrupção de um grupo e tolerar a de outro.

FORO PRIVILEGIADO

Lima também atacou o foro privilegiado. Disse que a percepção de queda no ritmo da Lava Jato se dá porque a força-tarefa original da operação, em Curitiba, "quase esgotou" as investigações contra aqueles sem foro. "Mas há um mundo a ser investigado, daqueles que têm foro", comentou.

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O evento "Diálogos sobre Integridade" também contou com apoio da Acaps, do ES em Ação e do Sistema OCB.

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