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Conselho pune promotor por 'atraso sistemático' no trabalho

Conselho pune promotor por "atraso sistemático" no trabalho

Membro do Ministério Público atua em Mantenópolis há 20 anos. Presidente da associação dos membros do MP ressaltou que ele é atuante e trabalhador

Publicado em 20 de março de 2018 às 23:39

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Conselho Nacional do Ministério Público decide remover promotor de Mantenópolis. (CNMP)

O plenário do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) decidiu, nesta terça-feira (20), aplicar a pena de "remoção compulsória" ao promotor de Justiça do Ministério Público do Espírito Santo (MPES) Izaias Antônio de Souza, da Promotoria de Mantenópolis. Com a punição, ele será transferido para outro local de trabalho contra a própria vontade.

Os conselheiros identificaram três problemas na conduta profissional do promotor: "atraso sistemático e significativo" na movimentação de processos, "manifestações de populares" contra ele e, ainda, a "retenção" de um processo criminal por mais de oito anos.

Este processo criminal, segundo o CNMP, havia sido rejeitado pela Justiça, mas o promotor pretendia, retendo-o, dar “sobrevivência” ao caso "aguardando maiores elementos de prova em processo de improbidade administrativa" instaurado contra os que haviam sido denunciados. A comarca de Mantenópolis é de Vara única.

"A morosidade injustificada na instrução de processos judiciais e extrajudiciais pelo requerido afronta o interesse público, haja vista que viola os princípios da legalidade, eficiência e razoabilidade", afirmou o conselheiro Luciano Nunes, de acordo com publicação oficial do CNMP.

O promotor atua há mais de 20 anos no município. O plenário do CNMP identificou indícios de "um clima de desarmonia entre o promotor de Justiça, a comunidade e as autoridades da cidade de Mantenópolis".

PROMOTOR ATUANTE

O presidente da Associação dos Membros do Ministério Público do Estado, Adelcion Caliman, elogiou o trabalho do colega e afirmou que a entidade está à disposição do promotor removido.

"Sempre foi um promotor muito atuante, sempre foi muito trabalhador. Se o CNMP decidiu, talvez seja melhor tanto pra ele quanto para a instituição. Mas é um colega que tem todo o apreço da associação", disse.

O procedimento do CNMP contra o promotor foi avocado do MPES. Ou seja, foi aberto no Ministério Público do Estado, mas foi assumido pelo conselho nacional. Segundo membros do MPES, o caso não teria sido decidido pelo órgão no Espírito Santo porque foi aberto em período de grande vacância de procuradores e alguns dos que atuavam declararam-se impedidos de analisar o caso.

Em nota, o MPES informou apenas que não foi notificado sobre a decisão do CNMP.

O OUTRO LADO

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O promotor informou que se manifestará à população por meio de "várias notas". Até o fechamento desta reportagem, o primeiro texto dele ainda não havia sido concluído.

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