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Eleita a lista tríplice que disputará a chefia do MPES

Eleita a lista tríplice que disputará a chefia do MPES

A diferença foi de um voto entre dois dos candidatos: o subprocurador-geral de Justiça administrativo, Eder Pontes, e o promotor de Justiça Marcello Queiroz

Publicado em 23 de março de 2018 às 21:37

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Procurador Eder Pontes e promotor Marcello Queiroz após votação para a lista tríplice por meio da qual será escolhido o novo procurador-geral de Justiça. (MPES/Divulgação)

A eleição da lista tríplice por meio da qual será escolhido o novo procurador-geral do Ministério Público Estadual (MPES) foi acirrada: o procurador-geral de Justiça administrativo, Eder Pontes, obteve 167 votos, e o promotor de Justiça Marcello Queiroz, 166.

Os dois, no entanto, não estão separados por apenas um voto. Eles representam figuras antagônicas, ao menos na disputa pelo cargo. Eder é o candidato da situação, comandou o MP por dois mandatos seguidos e é apoiado pela atual procuradora-geral, Elda Spedo. Já Queiroz é o principal nome da oposição ao atual grupo que chefia a instituição.

Em terceiro lugar ficou a promotora Nicia Sampaio, com 104 votos, que defende a alternância de poder.

A escolha de quem vai ficar à frente do Ministério Público no biênio 2018/2020 cabe ao governador Paulo Hartung (PMDB). Ele pode ungir qualquer um dos três, independentemente da quantidade de votos. O resultado da votação será enviado ao governador em até 72 horas e ele terá 15 dias para decidir.

Eder foi nomeado pelo ex-governador Renato Casagrande (PSB) em 2012 e 2014, mas mantém bom relacionamento com o peemedebista. Em 2012, aliás, Casagrande e Hartung ainda eram aliados. Já Marcello Queiroz conta com o apoio de dois ex-integrantes da equipe do atual governador: o promotor Marcelo Zenkner (ex-secretário de Estado de Controle e Transparência) e o procurador Sócrates de Souza, ex-corregedor-geral do Estado.

Procurado pela reportagem, Eder Pontes não quis se manifestar. Ele acompanhou a divulgação do resultado na sede do MPES e posou para fotos ao lado de Marcello Queiroz.

O promotor, por sua vez, foi comedido. “Estou feliz com o resultado, mas o que ele representa somente os colegas podem dizer. Vamos aguardar o governador fazer a escolha dele. Tenho certeza de que ele fará a melhor escolha”, afirmou.

Nicia Sampaio reforça que nos últimos anos o MPES passou por um processo de ampliação de sua estrutura física, mas não investiu em recursos humanos. “É preciso voltar a investir em qualificação permanente. Temos vocações diversas dentro da instituição e precisamos de um planejamento para que todos os atores coloquem seu papel a serviço da sociedade, mas não de forma isolada”.

VOTAÇÃO

Do total de 289 membros do MPES, 287 participaram da votação que elegeu a lista tríplice. Também disputaram a eleição a promotora de Justiça da Mulher, Sueli Lima e Silva (68 votos), o chefe da Procuradoria de Justiça Recursal e ouvidor do MPES, Alexandre José Guimarães (45 votos), e a 2ª promotora de Justiça da Infância e Juventude de Vitória, Márgia Chianca Mauro (21 votos). O número de votos excede o de votantes porque cada membro poderia votar em até três nomes.

Em 2016, a vantagem aberta por Elda Spedo – que era a candidata à chefia do MPES apoiada por Eder Pontes – foi significativa. A promotora obteve 175 dos 299 votos, o equivalente a quase 60% da preferência dos membros da instituição. Nessa mesma época, Marcello Queiroz ocupou o segundo lugar no páreo, um pouco mais atrás, com 103 votos.

No entanto, o promotor parece ter reduzido a distância diante da oposição, conquistando mais aliados ao longo dos dois últimos anos. Ele e Eder Pontes, já foram aliados, mas romperam a ligação e se distanciaram, sobretudo a partir de 2016.

Em entrevista concedida a A GAZETA em janeiro deste ano, Queiroz destacou que não pode haver “perpetuação do poder” no MPES. “Tem que ter outras lideranças, com outras ideias, para aprimorar o que não estiver funcionando bem e manter o que estiver. É renovação com unidade e transparência”, sustentou.

Já Eder Pontes fez, em um folder de campanha, a defesa de sua administração: “Não há espaço para riscos e amadorismos. Ao revés, a grandeza do Ministério Público exige condução firme e experiente”.

 

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