O deputado federal Givaldo Vieira (de saída do PT para o PCdoB) afirmou ao Gazeta Online que utilizou a cota parlamentar para pagar passagens aéreas às vésperas do julgamento do ex-presidente Lula (PT) em segunda instância, na verdade, para participar de uma reunião da bancada do partido convocada para Porto Alegre. O julgamento ocorreu no dia 24 de janeiro, no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), na capital gaúcha. A reunião foi no dia 23 e o bilhete, emitido no dia 22.
De acordo com o site da Câmara dos Deputados, o trecho de Vitória para Porto Alegre (com conexão em Congonhas) custou R$ 176,00. Já o de Porto Alegre para Vitória, emitido no dia 24, R$ 983,68.
Reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" mostrou que 12 dos 57 deputados federais do PT pediram reembolso da Câmara para arcar com despesas para acompanhar o julgamento do ex-presidente.
Givaldo sustenta que foi a Porto Alegre apenas atendendo à convocação da reunião, que é uma atividade parlamentar. "Recebi convocatória da bancada federal marcando reunião da bancada em Porto Alegre e para lá me dirigi. Se a bancada tivesse me convocado para reunião em Brasília, eu teria ido para Brasília", exemplifica.
O parlamentar ressalta que pediu reembolso somente das passagens aéreas. "Como fiquei mais dias até retornar, não usei despesas de hotel, paguei do próprio bolso. Mas (em relação) a passagem me desloquei para atividade parlamentar", complementa.
Questionado sobre qual foi o assunto da reunião, Givaldo elenca: "Diversos assuntos de interesse da bancada, comissões e, evidentemente, o assunto do julgamento do presidente Lula foi ponto de discussão e informes também".
No dia 23, Givaldo fez uma transmissão ao vivo no Facebook, direto de Porto Alegre, em meio a um ato público em defesa do ex-presidente. "Cheguei em Porto Alegre nesta madrugada, participei de uma reunião da bancada federal e agora acompanho esse ato em defesa da democracia", diz, no vídeo.
O TRF-4 acabou mantendo a condenação do ex-presidente Lula, por corrupção e lavagem de dinheiro, e ainda aumentou a pena para 12 anos e um mês de prisão.
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