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Luciano Rezende quer Sergio Majeski senador pelo PPS

Luciano Rezende quer Sergio Majeski senador pelo PPS

Prefeito de Vitória também afirma que partido vai "influenciar muito" eleição para governador

Publicado em 10 de março de 2018 às 20:15

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Da esquerda para a direita: Josias da Vitória, Fabrício Gandini, Luciano Rezende, Luiz Paulo Vellozo Lucas e Sergio Majeski durante congresso estadual do PPS. (André Sobral)

Decidido a sair do PSDB, o deputado estadual Sergio Majeski foi convidado neste sábado (10), publicamente, pelo prefeito de Vitória, Luciano Rezende, para ser candidato a senador este ano pelo PPS. O convite de Luciano foi feito durante o Congresso Estadual do partido, realizado pela manhã, na Câmara Municipal de Vitória. 

Majeski foi chamado para compor a mesa de autoridades do congresso, ao lado de dirigentes do PPS. Durante seu pronunciamento, Luciano foi enfático: "Queremos ter candidato a senador". Nesta hora, apontou o dedo para Majeski, arrancando muitos aplausos do auditório formado por correligionários.

"Majeski tem todas as condições de ser um belíssimo candidato a senador pelo PPS", reafirmou o prefeito em entrevista (veja a íntegra abaixo), após discursar. 

Em um intervalo de quatro dias, essa é a segunda aparição do deputado de oposição a Paulo Hartung em um evento do PPS estadual. Na última terça-feira (6), Majeski também marcou presença no ato de filiação do ex-prefeito de Vitória, Luiz Paulo Vellozo Lucas (ex-PSDB), e do deputado estadual Josias da Vitória (ex-PDT) ao PPS. Na ocasião, também fez parte da mesa.

No congresso deste sábado, outros além de Luciano reforçaram o convite de filiação a Majeski. Um dos mais incisivos foi Luiz Paulo, que fazia parte do grupo de Majeski no PSDB e rasgou elogios ao deputado: "O que Majeski fez no mandato dele foi mais do que qualquer homem público no Estado fez nos últimos anos em termos de resgate da credibilidade da política. Nem sempre eu concordo com ele. Mas queria que todos os políticos tivessem a credibilidade que ele tem. Quando ele fala, você tem a confiança de que ele realmente está defendendo o que pensa. O eleitor dele deve sentir orgulho dele. Eu votei nele e sinto orgulho".

Apesar do flerte escancarado com o PPS, o próprio Majeski ainda não se decidiu. Ele também analisa convites do PSB e da Rede Sustentabilidade. Não descarta alguma outra candidatura, como a deputado federal, mas sua prioridade realmente é concorrer a uma das duas vagas no Senado pelo Espírito Santo que estarão em jogo este ano.

ELEIÇÃO DE DEPUTADOS

Segundo Luciano Rezende, ele mesmo não será candidato a nada em 2018 (ou seja, não cogita deixar o mandato pela metade, como ensaia fazer, por exemplo, o prefeito de Vila Velha, Max Filho). 

A primeira grande meta do PPS, frisa ele, é formar boas chapas para as eleições parlamentares: "O PPS do Espírito Santo vai conseguir eleger um deputado federal, podendo chegar a dois. Já na Assembleia Legislativa, queremos fazer de três a quatro deputados".

ELEIÇÃO AO PALÁCIO ANCHIETA

Mesmo sem candidato próprio ao governo do Estado, o PPS também quer "influenciar muito" a eleição majoritária, de acordo com Luciano Rezende. Hoje, o partido está muito sintonizado com o PSB de Renato Casagrande e também com a senadora Rose de Freitas (PMDB). Luciano, Casagrande, Rose, Luiz Paulo, Da Vitória, Majeski, entre outros, fazem parte de um mesmo movimento que pretende lançar um "projeto alternativo" ao do governador Paulo Hartung (PMDB). 

REELEIÇÃO DA EXECUTIVA

No congresso, o PPS também elegeu a nova direção estadual do partido. A chapa única foi eleita por aclamação. O secretário de Gestão, Planejamento e Comunicação de Vitória, Fabrício Gandini, foi reconduzido à presidência estadual por mais um mandato. Já Luciano ficou como 1º vice-presidente. O prefeito de Cariacica, Juninho, é o 2º vice-presidente.

Recém-chegados ao partido, tanto Luiz Paulo quanto Da Vitória também tiveram lugar assegurado na composição da Executiva, o órgão de comando partidário no Estado. Da Vitória será o 2º secretário-geral, enquanto Luiz Paulo assume o posto de secretário de formação política.

Luiz Paulo, inclusive, tem enfatizado a necessidade de construção de um "projeto alternativo ao do grupo que está no poder hoje". "Não vamos só falar mal. Isso nós também vamos fazer (risos)... Mas temos que ser capazes de construir um projeto melhor."

FABRÍCIO GANDINI

Fortemente cotado para ser candidato à sucessão de Luciano em 2020 com apoio do prefeito, Fabrício Gandini está na dúvida se lança candidatura a deputado estadual nessa eleição ou se permanece na prefeitura, ao lado de Luciano, como "secretário turbinado". Segundo o prefeito, é Gandini quem precisa decidir. "Existem prós e contras nas duas decisões."

No discurso, porém, Luciano mencionou Gandini duas vezes como um dos pré-candidatos do PPS a deputado estadual. 

MAX FILHO

Luciano e Max Filho conversaram, na noite de sexta-feira (9), sobre a possível candidatura do prefeito de Vila Velha ao governo do Espírito Santo. Foi a primeira vez que ambos se falaram pessoalmente sobre isso. Luciano afirmou que eles também conversaram sobre o projeto de retomada do transporte aquaviário entre as duas cidades, através da Baía de Vitória. 

Determinado a ser candidato a governador, Max Filho corre para se viabilizar. Para isso, precisa sair do PSDB e se filiar a outra sigla.

AUSÊNCIAS

Apesar da parceria, a senadora Rose de Freitas não compareceu ao congresso do PPS. Quem também faltou foi Juninho – segundo o próprio prefeito, ele tinha prova do curso de mestrado que está fazendo. Apesar de ter sido convidado, o PSB de Casagrande não mandou nenhum representante.

ENTREVISTA COM LUCIANO REZENDE

O PPS é hoje o partido que mais cresce e se fortalece no Espírito Santo?

Um dos. Não digo que é o que mais cresce porque isso é muito difícil de precisar, mas certamente é um dos partidos que mais cresce.

E quais as metas do senhor e do partido nas eleições proporcionais (deputados estaduais e federais)?

A nossa prioridade número um é eleger deputado federal. Temos uma chapa hoje que faz um e pode fazer dois. Também queremos eleger uma bancada de deputados estaduais: três, quatro deputados estaduais. Influenciar e talvez ter candidato para o Senado. E influenciar muito a eleição para governador e para presidente da República.

Por partes, então: na eleição para deputado federal, o senhor acha que o partido chega a dois?

Ele hoje já faz um, sozinho. E estamos trabalhando até o prazo final de filiação (7 de abril) para poder ter votos suficientes para fazer dois.

Chapa puro sangue ou vai ser necessário se coligar?

Tanto faz. Todos os partidos agora, não só o PPS, têm que trabalhar para fazer uma chapa sozinho. Depois do dia 6 de abril, você vê se isso foi atingido ou não. No nosso caso, a gente já tem legenda para fazer um deputado com sobra. Por isso é que essa sobra pode se tornar uma segunda cadeira.

Sobre Fabrício Gandini, o senhor o citou no seu discurso pelo menos duas vezes como pré-candidato a deputado estadual...

Ele é um dos nossos pré-candidatos a deputado estadual. Temos também o Wallace Valente, secretário de Esportes de Vitória; Ricardo Chiabai, vereador de Vila Velha. E temos vários candidatos a deputado estadual do interior. Gandini é um dos candidatos... 

É que ele está indeciso. Ele mesmo confirmou, recentemente, que tem dúvidas se não seria melhor para ele permanecer na administração...

Essa é uma decisão que cabe a ele tomar.

E qual é sua opinião, prefeito? O senhor acha que ele deve ser candidato? 

Olha, eu não tenho como decidir por ele. Existem prós e contras nas duas decisões. Ele vai ter que pesar isso e tomar uma decisão.

Agora, eleição majoritária. O senhor disse que o partido pode ter um candidato a senador. Mas, no seu pronunciamento, foi um pouco mais enfático e até apontou para Sergio Majeski...

Majeski tem todas as condições de ser um belíssimo candidato a senador pelo PPS. Como também tem condições de ser um belíssimo candidato a deputado estadual. 

O convite a ele é para isso? Ele foi convidado para ser candidato a senador pelo partido?

Ele foi convidado para as duas coisas.

Se ele não se filiar ao PPS, vocês têm outro nome para lançar como candidato a senador? 

Nós temos uma eleição para o Senado e para o governo do Estado que ainda precisa se definir. Temos nomes muito importantes no partido e que têm condições de assumir a tarefa de deputado federal ou senador. Por exemplo, Lenise Loureiro, Sérgio Sá, Leonil Dias. São nomes do governo que têm colocado candidatura a deputado federal, mas que podem ser deslocados.

Perdão, o vice-prefeito Sérgio Sá (PSB) viria pelo PPS ou pelo PSB?

Perdão, pelo PSB. Mas ele está no nosso governo e pode ser um candidato a deputado federal, a senador.

E na eleição a governador? O senhor mencionou que o PPS sem dúvida terá um papel importante nessa definição. O senhor defende que Renato Casagrande se lance candidato ao governo?

A primeira coisa é a seguinte: o PPS não terá candidato a governador. Nós temos uma estratégia voltada prioritariamente a deputados federais, a deputados estaduais e com a possibilidade de, num determinado quadro, ter um candidato a senador. No caso de governador, temos dialogado com a senadora Rose de Freitas, que tem ajudado muito o município de Vitória, e também com o ex-governador Renato Casagrande, embora essas definições tenham que ser tomadas depois do prazo de filiações. Na sexta-feira (9), por exemplo, recebi a visita do prefeito de Vila Velha, Max Filho. E ele ainda não definiu, mas coloca a possibilidade de ser candidato a governador. Então, a eleição para governador no Espírito Santo terá uma primeira definição com os prazos de filiação (até 7 de abril). Tem a definição de Max. Tem a definição de Rose, se fica ou sai do PMDB, que também é importante. A definição do governador Renato Casagrande, que ele diz que vai anunciar depois desse prazo.

E o senhor acha que ele deve ser candidato a governador? 

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Olha, eu respeito a decisão que as pessoas vão tomar. A mim cabe me adaptar ao cenário.

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