Em busca de mais espaço em um novo partido, ou de se viabilizar para a próxima disputa eleitoral, os deputados estaduais e federais começam hoje uma série de trocas de partido sem sofrer punição ou perder o mandato.
A troca é permitida nos próximos 30 dias da chamada janela partidária, possibilidade aberta nos anos eleitorais e que dribla a barreira da fidelidade partidária criada desde 2007, quando a Justiça passou a considerar que os mandatos dos cargos de eleições proporcionais pertencem aos partidos, e não aos políticos.
Na Assembleia Legislativa, pelo menos 10 deputados estão planejando desembarcar de suas siglas, sendo 4 com a saída já confirmada. Da Vitória e Euclério Sampaio saem do PDT e migram para o PPS e PSB, respectivamente. Esmael de Almeida (PMDB) e Sergio Majeski (PSDB) também deixam seus partidos, mas ainda sem destino certo.
Na Câmara dos Deputados, entre os 10 parlamentares, há 4 que ameaçam mudar, mas nenhum deles diz estar com decisão tomada. São eles Carlos Manato (SDD), Givaldo Vieira (PT), Evair de Melo (PV) e Norma Ayub (DEM).
Em Brasília, onde as negociações estão mais explícitas, há partidos oferecendo aos deputados que toparem mudar de sigla o valor máximo que poderá ser gasto numa campanha para a Câmara este ano: R$ 2,5 milhões.
A principal moeda de troca usada pelos partidos tem sido o dinheiro público que bancará as campanhas, por meio do Fundo Eleitoral e do Fundo Partidário, que juntos representam cerca de R$ 2,5 bilhões.
Interesses
Outra grande preocupação para os partidos conseguirem novos nomes é pois o tamanho das bancadas influirá no tempo de TV, durante a campanha eleitoral.
Embora na Assembleia Legislativa os deputados não revelem negociar altos volumes de dinheiro, as trocas partidárias também têm demonstrado ser pragmáticas.
A janela enfraquece a vida partidária, que já é rara no Brasil. Os fundos partidário e eleitoral fortaleceram as cúpulas, e não a militância e isso atenta contra a democracia e a coerência ideológica, avalia o cientista político Fernando Pignaton.
Para ele, até o dia 7 de abril os eleitores vão assistir a um pré-primeiro turno, pois além da janela partidária, esta é a data limite para que os políticos se filiem aos partidos pelos quais vão disputar as eleições.
Por isso, nesse próximo mês pode haver o anúncio de mudanças do governador Paulo Hartung (PMDB), que recebeu convites do DEM, PSD e PSDB; da senadora Rose de Freitas, que pode migrar para a Rede, e o prefeito de Vila Velha Max Filho (PSDB), é cortejado pelo PSB, PV e Podemos.
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