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Políticos brigam por mais espaço em troca de partidos

Políticos brigam por mais espaço em troca de partidos

Parlamentares iniciam série de mudanças de siglas sem risco de perderem os mandatos

Publicado em 7 de março de 2018 às 02:22

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Na Assembleia Legislativa, 10 deputados podem mudar de partido. (Tati Beling)

Em busca de mais espaço em um novo partido, ou de se viabilizar para a próxima disputa eleitoral, os deputados estaduais e federais começam hoje uma série de trocas de partido sem sofrer punição ou perder o mandato.

A troca é permitida nos próximos 30 dias da chamada janela partidária, possibilidade aberta nos anos eleitorais e que dribla a barreira da fidelidade partidária criada desde 2007, quando a Justiça passou a considerar que os mandatos dos cargos de eleições proporcionais pertencem aos partidos, e não aos políticos.

Na Assembleia Legislativa, pelo menos 10 deputados estão planejando desembarcar de suas siglas, sendo 4 com a saída já confirmada. Da Vitória e Euclério Sampaio saem do PDT e migram para o PPS e PSB, respectivamente. Esmael de Almeida (PMDB) e Sergio Majeski (PSDB) também deixam seus partidos, mas ainda sem destino certo.

Na Câmara dos Deputados, entre os 10 parlamentares, há 4 que ameaçam mudar, mas nenhum deles diz estar com decisão tomada. São eles Carlos Manato (SDD), Givaldo Vieira (PT), Evair de Melo (PV) e Norma Ayub (DEM).

Em Brasília, onde as negociações estão mais explícitas, há partidos oferecendo aos deputados que toparem mudar de sigla o valor máximo que poderá ser gasto numa campanha para a Câmara este ano: R$ 2,5 milhões.

A principal moeda de troca usada pelos partidos tem sido o dinheiro público que bancará as campanhas, por meio do Fundo Eleitoral e do Fundo Partidário, que juntos representam cerca de R$ 2,5 bilhões.

Interesses

Outra grande preocupação para os partidos conseguirem novos nomes é pois o tamanho das bancadas influirá no tempo de TV, durante a campanha eleitoral.

Embora na Assembleia Legislativa os deputados não revelem negociar altos volumes de dinheiro, as trocas partidárias também têm demonstrado ser pragmáticas.

“A janela enfraquece a vida partidária, que já é rara no Brasil. Os fundos partidário e eleitoral fortaleceram as cúpulas, e não a militância e isso atenta contra a democracia e a coerência ideológica”, avalia o cientista político Fernando Pignaton.

Para ele, até o dia 7 de abril os eleitores vão assistir a um “pré-primeiro turno”, pois além da janela partidária, esta é a data limite para que os políticos se filiem aos partidos pelos quais vão disputar as eleições.

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Por isso, nesse próximo mês pode haver o anúncio de mudanças do governador Paulo Hartung (PMDB), que recebeu convites do DEM, PSD e PSDB; da senadora Rose de Freitas, que pode migrar para a Rede, e o prefeito de Vila Velha Max Filho (PSDB), é cortejado pelo PSB, PV e Podemos.

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