Menos de meia hora. Esse foi o tempo de duração da sessão da Câmara da Serra na tarde de segunda-feira (19), que foi derrubada por 14 vereadores. Em protesto contra a nova Mesa Diretora da Casa, liderada por Rodrigo Caldeira (Rede), o grupo compareceu à Câmara apenas para registrar presença e, em seguida, se retirou.
Essa foi a primeira sessão comandada por Caldeira, que assumiu a presidência da Câmara após o Tribunal de Justiça (TJES) considerar ilegal a eleição da antiga Mesa Diretora da Casa, em janeiro de 2017, na qual a vereadora Neidia Pimentel (PSD) foi eleita. Neidia também já havia sido afastada provisoriamente de suas funções por responder a um processo nas esferas criminal e cível. Ela e o ex-controlador da Câmara, Flávio Serri, são acusados pelo Ministério Público Eleitoral de encabeçar um esquema de rachid envolvendo servidores fantasmas.
Além de Rodrigo Caldeira, permaneceram no local apenas sete vereadores: Luiz Carlos Moreira (PMDB), Nacib Haddad (PDT), Pastor Ailton (PSC), Roberto Catirica (PHS), Aécio Leite (PT), Geraldinho Feu Rosa (PSB) e Stefano Andrade (PHS).
De acordo com o líder do governo, Luiz Carlos Moreira, os demais vereadores partiram para um sítio em Santa Teresa, onde estariam hospedados desde o afastamento de Neidia. Moreira criticou a postura dos legisladores. Segundo ele, quatro projetos do poder Executivo seriam votados durante a sessão de ontem e, com isso, as decisões acabaram adiadas.
Eles entraram em comboio e saíram em comboio. Nós ganhamos muito bem para eles fazerem essa pouca vergonha, essa palhaçada, reclamou.
A sessão também foi marcada pela presença de cerca de 20 integrantes do movimento Monitora Serra, que se concentraram na galeria. Acho que o regimento tem que ser analisado para impedir isso e as instituições de controle, como o Ministério Público, devem ser acionadas. Queremos garantir o funcionamento da Câmara. Com esse jogo de forças, quem perde é a sociedade, lamentou um dos integrantes do grupo, Wilson Zon.
O ex-controlador da Câmara, Flavio Serri, diz que os vereadores se retiraram, pois não reconhecem Caldeira como presidente, já que, segundo eles, a segunda eleição da Mesa Diretora ocorrida em julho de 2017 teria sido ilegal.
Eles querem que o Adriano Galinhão assuma a presidência, pois foi o vereador mais votado de 2016, e depois convocar uma nova eleição da Mesa Diretora, disse Serri. Apesar de ser o segundo secretário da atual Mesa Diretora, Galinhão foi um dos vereadores que derrubaram a sessão.
Sob a alegação de falta de provas, as defesas de Serri e de Neidia entraram ontem com recurso no TJES para reverter o afastamento da vereadora determinado pela Justiça criminal. Se conseguirmos reverter esse, nós também conseguiremos reverter a outra decisão do TJES, que tirou a Neidia da presidência, explicou Serri.
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