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Associação de procuradores repudia ataques de Lula à categoria

Associação de procuradores repudia ataques de Lula à categoria

Ex-presidente fez declarações contra o Ministério Público durante seu discurso em frente ao sindicato dos Metalúrgicos do ABC

Publicado em 8 de abril de 2018 às 18:30

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São Bernardo do Campo (SP) - Discurso de Lula no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. (Rovena Rosa/Agência Brasil)

SÃO PAULO - A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) repudiou em nota as declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contra o Ministério Público durante seu discurso em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, antes de se entregar à Polícia Federal no sábado. Segundo a entidade, a equipe da Lava Jato foi agredida de forma injusta e descabida.

Segundo os procuradores, Lula que no momento está cumprindo pena "por crimes graves pelos quais foi condenado, com ampla defesa e devido processo legal" tentou inverter os papéis e atacou mais uma vez mais o Ministério Público Federal (MPF), a Justiça Federal e seus agentes tentando vender-se como um perseguido, "o que nunca foi".

"O ex-presidente Lula teve e tem acesso a todos os meios de defesa e de contestação, que usou e está amplamente usando, e se, ainda assim, foi considerado culpado por duas instâncias da Justiça, é porque se impuseram a força das provas contra si - provas coletadas e apresentadas pela Força-Tarefa Lava Jato de Curitiba, coordenada pelo procurador da República Deltan Dallagnol. A Justiça, em todas as instâncias que se pronunciaram até o presente momento, deu integral razão aos Procuradores da República em Curitiba", diz a nota da ANPR.

No entendimento dos procuradores é direito do ex-presidente demonstrar inconformismo. Mas, diz o texto da nota "nenhum cidadão está acima da lei e ninguém, por mais importante líder que seja, ou maior tenha sido o cargo que ocupou, pode zombar e menosprezar a Justiça. As instituições são pilares da democracia".

A entidade observa que seis ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) negaram o habeas corpus preventivo a ele, o que descaracteriza a versão divulgada por Lula de que há uma conspiração dos procuradores contra ele. A nota da ANPR lembra que dos seis ministros que votaram contra Lula, quatro foram indicados pela presidente Dilma Rousseff.

Os procuradores ressaltam que a Operação Lava Jato é a maior investigação contra a corrupção da história do país, e hoje também a maior do mundo em extensão, valores e envolvidos. Segundo a ANPR, a atuação da Força-Tarefa fundamenta-se "em provas robustas reunidas ao longo de anos de investigações que se tornaram referência no Brasil e no mundo".

O texto faz um desgravo ao procurador Deltan Dallagnol, citado por Lula, que é o coordenador da força-tarefa em Curitiba. De acordo com a Associação, Dallagnol "tem o respeito e o apoio da ANPR e dos procuradores da República, por conduzir-se de forma dedicada, eficiente, profissional e competente nas investigações. Mais que isso: tem também a admiração de todo o país. Deltan sempre se portou e se manifestou de forma cortês e correta, sendo, por mais este motivo, incabível e lamentável a forma rude com que foi atacado".

Na conclusão, a ANPR repudia os ataques e se solidariza com Dallagnol e com os integrantes da Lava Jato.

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"O ataque a um membro do MPF é um ataque a todos", diz o texto assinado pelo procurador da República, José Robalinho Cavalcanti.

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