Ex-assessor de José Dirceu, Marcelo Sereno foi um dos alvos de mandado de prisão preventiva expedidos pela operação Rizoma, deflagrada a pedido da força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro nesta quinta-feira (12). Sereno atuou como assessor especial do Ministério da Casa Civil durante o governo Lula, na época em que José Dirceu era ministro, e posteriormente foi secretário nacional de Comunicação do partido.
A Rizoma é desdobramento das operações Eficiência e Unfair Play 1º Tempo e foi deflagrada por ordem do juiz federal Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. Além de Sereno, a PF também agiu contra Arthur Pinheiro Machado, apontado como operador e criador da Nova Bolsa, em São Paulo, e buscou em Brasília o operador e lobista Milton Lyra, que é investigado em diversas fases da Lava Jato e que trabalharia com Renan Calheiros (PMDB).
As investigações apontam que valores oriundos dos fundos de pensão eram enviados para empresas no exterior gerenciadas por um operador financeiro brasileiro. As remessas, apesar de aparentemente regulares, referiam-se a operações comerciais e de prestação de serviços inexistentes. Em seguida, os recursos eram pulverizados em contas de doleiros também no exterior, que disponibilizavam os valores em espécie no Brasil para suposto pagamento de propina.
Além dos mandados de prisão, também foram expedidos 21 mandados de busca e apreensão. A maior parte deles foi cumprido no Rio de Janeiro (seis preventivas e 16 de buscas). O Distrito Federal teve cinco mandados (dois preventivos e três buscas) e São Paulo outros quatro (dois preventivos e dois de busca).
Rizoma, na Botânica, é uma espécie de caule que se ramifica sob a terra, tratando-se de uma alusão ao processo de lavagem de dinheiro e ao entrelaçamento existente entre as empresas investigadas.
A reportagem busca contato com as defesas dos envolvidos. O espaço está aberto para manifestação.
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