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Ex-assessor diz que transportou malas de dinheiro para Ciro Nogueira

Ex-assessor diz que transportou malas de dinheiro para Ciro Nogueira

Senador e deputado do PP foram alvo de busca e apreensão nesta terça-feira

Publicado em 25 de abril de 2018 às 17:55

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O ex-assessor do senador Ciro Nogueira (PP-PI) José Expedito Rodrigues relatou à Polícia Federal que transportou por várias vezes bolsas e malas com dinheiro para o presidente do PP e para o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), conhecido como Dudu da Fonte. Os dois parlamentares foram alvo de busca e apreensão nesta terça-feira (24) por supostamente ameaçar o ex-funcionário para que ele mudasse a versão de seus depoimentos aos investigadores.

O presidente do PP, Ciro Nogueira, e o deputado federal Eduardo da Fonte. (Reprodução/Agência O Globo)

O serviço prestado como transportador de valores ilícitos, segundo o ex-assessor, era custeado com o salário na Câmara dos Deputados. “Que o declarante não recebia nenhuma comissão para o transporte de valores, esclarecendo que o desempenho dessa tarefa ficava por conta do salário que recebia como assessor da Câmara dos Deputados”, diz o registro do depoimento de Rodrigues.

No depoimento, de outubro de 2016, Rodrigues afirmou que trabalhou para os dois parlamentares e que por duas vezes transportou valores dentro de bolsas no trajeto entre São Paulo e o Piauí. Em uma dessas viagens, o ex-assessor disse que levou R$ 150 mil da capital paulista para Teresina e entregou diretamente na casa do senador.

No depoimento, anexado a um dos inquéritos que investigam o senador no Supremo Tribunal Federal, Rodrigues declarou também que transportou dinheiro em espécie de Brasília para Teresina. Nesses casos, as entregas foram feitas em um shopping para uma pessoa ligada ao presidente do PP, segundo relatou.

Outro destino das entregas realizadas pelo ex-assessor do senador foi no Rio. “Que se recorda de ter transportado R$ 100 mil desde o Rio de Janeiro/RJ dinheiro que foi recebido de Ciro Nogueira e entregue a Julio Arcoverde, em Brasilia.” Essa entrega, de acordo com o ex-funcionário, foi no apartamento na 311 sul, em Brasília, onde residia Dudu da Fonte.

Em outra viagem entre São Paulo e Rio para entrega de valores ao senador, o ex-assessor disse que ao chegar à capital fluminense descobriu que “havia maços de dinheiro nas malas, em meio às roupas e calçados” que ele transportava em uma Pajero Full que seria do senador e do deputado.

“Que Ciro Nogueira também mantinha no Rio de Janeiro um imóvel situado na Av. Vieira Souto, o qual dividia o aluguel com Eduardo da Fonte. Que o declarante foi até esse imóvel diversas vezes, algumas delas com o propósito de apanhar valores para serem transportados”, disse.

José Expedito Rodrigues não foi localizado pela reportagem.

DEFESA DE CIRO

O criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, declarou: “O senador se encontra fora do Brasil, não sabendo em qual país e que não foi possível ainda falar com ele. Desconhece a defesa, até o presente momento, as razões da determinação judicial do Ministro Fachin. É certo que o senador sempre se colocou à disposição do Poder Judiciário, prestando depoimentos sempre que necessário e, inclusive, já foi alvo de busca e apreensão. Continuará a agir o senador como o principal interessado no esclarecimento dos fatos. No momento, a defesa aguarda contato com o senador para poder ter o necessário instrumento de poderes que dará direito ao acesso aos fundamentos da medida de busca e apreensão.”

DEFESA DE EDUARDO DA FONTE

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O deputado Eduardo da Fonte disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que “confia na Justiça e em Deus”. “Estou à disposição da Justiça sempre”, afirmou.

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