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Ideal é que Aécio não seja candidato, diz Alckmin

Ideal é que Aécio não seja candidato, diz Alckmin

Em entrevista à rádio Bandeirantes, o pré-candidato do PSDB disse que espera que a decisão parta do próprio tucano e seja anunciada 'nos próximos dias'

Publicado em 18 de abril de 2018 às 14:47

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Alckmin. (Estadão Conteúdo)

Presidente do PSDB e pré-candidato do partido ao Planalto, Geraldo Alckmin afirmou nesta quarta-feira ser "evidente" que o melhor cenário para a sigla é que o senador Aécio Neves não concorra às eleições desse ano. Em entrevista à rádio Bandeirantes, o ex-governador disse, no entanto, que espera que a decisão parta do próprio Aécio e seja anunciada "nos próximos dias".

"Aécio sabe o que penso, é claro que o ideal é que não seja candidato, é evidente. Acho que ele mesmo, assim como tomou a decisão de se afastar da presidência do partido (quando surgiu a denúncia), tomará essa decisão. Vamos aguardar a decisão dele. Tenho certeza que vai tomar e se dedicar à questão processual e à defesa", disse Alckmin.

O ex-governador afirmou ainda que o episódio envolvendo Aécio, que foi o candidato do partido na eleição presidencial e 2014, é "muito ruim". "Mas o que se faz numa democracia: o judiciário toma as medidas que tem que tomar, a pessoa se defende e é julgada", emendou.

Na terça-feira, 17, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o senador tucano pelos crimes de corrupção passiva e obstrução da Justiça, com base na delação premiada do Grupo J&F. Aécio se tornou réu pela primeira vez no Supremo por causa do episódio em que foi gravado pedindo R$ 2 milhões a Joesley Batista, da JBS.

Após a decisão, congressistas do PSDB procuraram dissociar o caso da imagem da legenda, na tentativa de evitar uma contaminação da candidatura de Alckmin ao Planalto. Aécio decide no momento se leva adiante a campanha à reeleição ao Senado, já que seu mandato se encerra este ano.

Na entrevista desta quarta-feira, 18, Alckmin também tentou minimizar o impacto da notícia sobre as pretensões tucanas em MG, o que também diminuiria suas chances no Estado. "Vamos ter grande candidato a governador em Minas, que é o Antônio Anastasia. Acho que o mineiro vai escolher o melhor para o Brasil, a situação financeira do governo de MG é catastrófica com o governador do PT. Anastasia tem grande chance de fazer um bom governo", declarou.

Lula

Geraldo Alckmin tentou diferenciar as atitudes de seu partido e do PT do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso pela Lava Jato, em relação à Justiça. Segundo ele, enquanto os petistas partem para o enfrentamento, o partido acata as decisões judiciais e aguarda o fim do inquérito.

"Há uma diferença nessas questões. O Lula é o grande imperador do PT, tratam Lula como injustiçado, preso político. Não é nada disso, nós não fazemos isso no PSDB. Nós afastamos do partido, respeitamos a decisão judicial", disse em entrevista à rádio Bandeirantes. "Mas é óbvio que ainda não houve julgamento e todas as pessoas têm direito à defesa", emendou.

Repetindo o que disse na terça-feira após a decisão da primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de aceitar a denúncia contra o senador tucano, Alckmin salientou que não existe "Justiça azul, vermelha, verde, amarela" e que "decisão judicial se respeita". "A lei é para todos, não tem nenhuma distinção entre partidos", afirmou.

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O Aécio foi denunciado pelos crimes de corrupção passiva e obstrução da Justiça, com base na delação premiada do Grupo J&F. As denúncias contêm o episódio em que o senador foi gravado pedindo R$ 2 milhões a Joesley Batista, da JBS. Além dele, serão investigados sua irmã, Andrea Neves, o primo Frederico Pacheco de Medeiros, e Mendherson Souza Lima, ex-assessor do senador Zezé Perrella (MDB-MG), que também se tornaram réus por corrupção passiva.

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