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Prisão de Lula muda cenário para eleição presidencial

Prisão de Lula muda cenário para eleição presidencial

A indefinição do candidato petista influencia a estratégia do pré-candidato do PSDB, Geraldo Alckmin.Joaquim Barbosa (PSB) ensaia disputa

Publicado em 8 de abril de 2018 às 13:02

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Recém-filiado ao partido, o ministro aposentado do STF, Joaquim Barbosa, ainda nem teve sua pré-candidatura à Presidência avalizada pela sigla. Mas a saída de Lula do jogo torna mais provável seu lançamento na disputa. (Fellipe Sampaio/STF)

A ordem de prisão contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já faz partidos políticos repensarem suas estratégias para a corrida eleitoral deste ano. No PT, a falta de opções é o principal problema para a candidatura à Presidência.

A sigla pretende insistir na candidatura de Lula. Usará imagens captadas durante sua permanência no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, e do discurso que fez em um carro de som no começo da tarde de sábado (7). Sem o ex-presidente Lula, o PT tem pouquíssimas alternativas.

O ex-ministro Jaques Wagner resiste a ser o substituto na disputa pela Presidência. Ele tem todas as razões possíveis para declinar da honra de substituir Lula. Investigado em um inquérito da Lava-Jato, Wagner está em busca de refúgio no foro privilegiado, alternativa que garante um processo mais moroso aos suspeitos de corrupção. E, ao contrário de muitos outros em situação semelhante, ele tem um caminho relativamente fácil até seu objetivo. Pode ser candidato ao Senado pela Bahia, onde terá uma campanha levemente tranquila, ao lado do governador Rui Costa (PT), que aparece como grande favorito nas pesquisas e sem concorrentes à altura até agora.

Em reuniões recentes, Wagner fez oferta diferente aos colegas do PT. Se propôs a viajar por todo o Nordeste para promover a candidatura de Fernando Haddad, que considera o substituto ideal para Lula. Wagner alinha até um raciocínio político coerente. Afirma que sua presença na campanha é capaz de garantir a vitória de um petista na Bahia. Diz que, com a força de Lula, e uma campanha que use o ex-presidente como vítima de complô, um candidato petista terá uma votação significativa no Nordeste inteiro. Acrescenta que Haddad é capaz de angariar boa votação em São Paulo, onde o PT tem dificuldade — o que ele, Wagner, não seria capaz de fazer. O resto do PT, no entanto, tem dúvidas. Haddad é visto como alguém sem traquejo necessário e sem trânsito no partido.

Aliança entre PT e PDT

A indefinição do candidato petista influencia a estratégia do pré-candidato do PSDB, Geraldo Alckmin. Anos atrás, a ausência de Lula seria o sonho dos tucanos. Mas agora é diferente. Apesar de ter alvejado Lula, a Lava-Jato não é argumento a favor de Alckmin. O ex-governador paulista também é investigado em um inquérito derivado da operação, que tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Sem Lula, o cenário eleitoral fica extremamente fragmentado, algo prejudicial a quem tem menos de 10% das intenções de voto. Com menos candidatos, Alckmin poderia catalisar os votos da direita e da centro-direita. O tucano, no entanto, terá de disputar palmo a palmo não só com o deputado Jair Bolsonaro, do PSL, mas com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, do DEM, e, eventualmente, até o presidente Michel Temer. No campo oposto, onde antes haveria só Lula, estará um candidato capaz de ter mais de 10% dos votos, o ex-ministro Ciro Gomes, pelo PDT, e talvez até o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, pelo PSB.

SEMELHANÇAS COM LULA

Outro que enxerga a abertura de um campo fértil no vácuo de Lula é o PSB. Recém-filiado ao partido, o ministro aposentado do STF, Joaquim Barbosa, ainda nem teve sua pré-candidatura à Presidência avalizada pela sigla. Mas a saída de Lula do jogo torna mais provável seu lançamento na disputa.

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