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Saiba quais são os partidos que mais perderam e ganharam filiados no ES

Saiba quais são os partidos que mais perderam e ganharam filiados no ES

Interesses eleitorais individuais motivaram mudanças nos quadros das agremiações políticas

Publicado em 24 de abril de 2018 às 11:22

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Plenário da Assembleia: PMDB chegou a ter sete deputados, mas perdeu quatro na janela partidária. (Patrícia Scalzer)

Dados consolidados pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-ES) após o fechamento da janela partidária mostram que partidos considerados grandes perderam mais membros do que ganharam no Espírito Santo. É o caso de PSB, PT, PMDB e DEM. Na outra ponta, partidos menores ficaram com “saldo” de filiações positivo. Quem mais conseguiu adesões foi o PSL, do deputado federal e presidenciável Jair Bolsonaro (RJ). Foram 357 entradas e nenhuma saída.

O levantamento leva em conta as mudanças entre 1º de janeiro e 7 de abril, encaminhadas ao TRE até 13 de abril. (Veja abaixo)

“Fizemos um forte trabalho de filiação. Com a vinda do Bolsonaro, ajudou muito também”, comentou o vice-presidente estadual do PSL, Amarildo Lovato.

A exceção foi o PSDB, um dos principais partidos. Apesar das disputas internas de poder, a sigla teve mais adesões do que saídas. Depois do PSL, os tucanos ficaram com o melhor saldo, de 250 filiações.

“Há muita identidade de parte da sociedade brasileira com a social democracia. Tem muito a ver com essa identidade. No PSDB, teve muita conversa fiada, de que iam sair várias pessoas”, afirmou o vice-governador e presidente estadual do PSDB, César Colnago, alfinetando o grupo derrotado por ele na eleição interna.

O MOTIVO

Mas não foi a afinidade com as bandeiras partidárias que definiram as filiações. Dirigentes partidários admitem que o que pesa na escolha é: maior facilidade para ganhar a eleição.

A ideia é ir para partido com pouco ou nenhum deputado. Assim, disputarão vagas com pessoas “do mesmo tamanho”, muitas com desempenho eleitoral desconhecido e sem a ajuda da máquina pública.

“Trouxemos pessoas qualificadas e não temos candidato à reeleição dentro do partido, com a exceção do Carlos Manato (deputado federal)”, comentou Lovato.

O PSL não tem deputado estadual. O PSDB tem um, a mesma quantidade que tem o PP. O partido foi o terceiro no “saldo da janela”.

“Existe uma motivação que é a chapa que estamos compondo, que aumenta a chance de eleger um deputado com 13 mil ou 15 mil votos na Assembleia. Isso motiva as lideranças novas”, comentou o presidente do PP estadual, deputado federal Marcus Vicente. Ele disse também que o partido trabalha pensando em 2020, quando não serão mais permitidas as coligações.

“HORROR”

Presidente do PMDB estadual, o deputado federal Lelo Coimbra também atribui as baixas ao pragmatismo eleitoral. O partido filiou 35, mas viu 135 saírem.

“Nesse balanço tem uma matriz clara que é ‘migrei para me viabilizar’. E isso acontece dentro de um compromisso com a eleição majoritária. Isso é um horror, deteriora o perfil dos partidos. Não fortalece a política”, comentou.

O PMDB elegeu quatro deputados em 2014. Chegou a sete, mas agora perdeu quatro. Mesmo assim, tem a maior bancada da Assembleia, característica que afasta novos filiados.

“A movimentação partidária principal se deu em função desse processo. E aí crescem as siglas pequenas, como PRP, PSL e PRB. Não é um movimento de natureza partidária ou ideológica. É um arranjo de viabilidade eleitoral”, disse o parlamentar, que aposta na cláusula de desempenho, a partir destas eleições, e no fim das coligações, a partir de 2020, para fortalecer a identidade partidária.

SISTEMA

O PSB fechou o período com o pior saldo: 186 desfiliações a mais do que filiados. O presidente estadual da sigla, Luiz Ciciliotti, afirma que o partido fez mais filiações do que desfiliações. No entanto, foram informadas ao TRE apenas as daqueles que serão candidatos. Os demais ainda serão remetidos. “Só na Serra filiamos mais de 100”, comentou.

O presidente do PT, João Coser, não comentou. Disse só que o partido está aumentando o número de filiados em todo o país. “Saímos de 1,7 milhão para 2 milhões no último ano”, afirmou.

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O cientista político Francisco Albernaz destaca que ir para um partido meramente por questões eleitorais é colocar projetos pessoais acima do interesse coletivo. No entanto, salienta que entre os novos filiados a partidos pequenos há aqueles que querem participar da vida partidária em estruturas “menos dominadas” por caciques.

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