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Líder militar diz que documento da CIA é plano para prejudicar eleição

Líder militar diz que documento da CIA é plano para prejudicar eleição

Gilberto Pimentel diz que nos governos de Ernesto Geisel e João Figueiredo "a ordem era restabelecer a plenitude da democracia e devolver o poder aos civis"

Publicado em 11 de maio de 2018 às 17:29

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A resposta dos militares à divulgação do documento da CIA de 1974, que contesta a imagem do ex-presidente Ernesto Geisel de defensor da abertura política e o acusa de ter endossado a execução de presos políticos, veio por meio do presidente do Clube Militar, Gilberto Pimentel. Ao comentar o material, agora divulgado pelo pesquisador brasileiro da Fundação Getúlio Vargas, Matias Spektor, o general classificou a publicação como "inteiramente fantasiosa".

Ernesto Geisel, que foi presidente do Brasil. (Reprodução/Internet)

Sem citar diretamente o nome do deputado-capitão Jair Bolsonaro (PSL), pré-candidato ao Palácio do Planalto, o general Pimentel disse que a publicação acontece no momento em que ele a categoria aparece em posição privilegiada nas pesquisas eleitorais e que um número expressivo de militares decidiu se candidatar a diversos cargos nas próximas eleições.

Depois de destacar que o documento “não vale um tostão furado”, o general Pimentel afirmou ao jornal "O Estado de S. Paulo" que os ex-presidentes Ernesto Geisel e João Figueiredo foram “homens de bem” e que os que viveram este tempo “sabem bem que os objetivos que estabeleceram àquela altura do governo militar não abrigavam esse tipo de ação”. Segundo ele, “a ordem era restabelecer a plenitude da democracia e devolver o poder aos civis”.

Para o presidente do Clube Militar, instituição que costuma ser a voz da categoria, quando o Exército, em particular, e as Forças Armadas são atacadas, declarou que “não se surpreendia” com a divulgação de um documento e que o momento tem a ver com a posição de liderança de Jair Bolsonaro nas pesquisas, sem citar seu nome.

“A oportunidade para mim é clara”, comentou. "Temos agora na liderança das pesquisas para as eleições presidenciais um candidato que surgiu do nosso meio e um grupo expressivo de militares que, democraticamente, nesses dias consolidou a intenção de candidatar-se aos mais variados cargos de governo, desde os municipais, passando pelos estaduais até os federais”, justificou ele, referindo-se à informação publicada pelo jornal "O Estado de S. Paulo" mostrando que pelo menos 71 militares de todos os postos pretendem se candidatar a presidente da República, senador, deputados federal, estadual e vereadores, em 25 estados e no Distrito Federal. A única exceção é o Acre, mas os militares ainda buscam candidatos naquele Estado.

O general Pimentel afirmou ainda que, “em relação aos militares, aceitam como fato consumado uma versão cuja fonte e grau de veracidade sequer são colocados em dúvida”. Ele criticou a forma como os militares são tratados. “Hoje, quem tem direito a distorcer os fatos são os bandidos em relação à polícia que os combate, e, ontem, os subversivos terroristas que pretenderam implantar no Brasil uma ditadura do proletariado com relação às forças legais que lhes deram combate", completou.

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As afirmações do general coincidem com a opinião de militares da ativa, que não podem se pronunciar, mas salientaram que se disseram “perplexos” com a divulgação do texto “somente agora”, considerada “completamente extemporânea” por eles. Todos desqualificaram o documento, alegando que eles vão contra fatos “comprovadamente históricos”, que visam denegrir a imagem das Forças Armadas, além de tentar prejudicar Bolsonaro e os demais candidatos militares.

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