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PF faz operação no ES contra fraude em registros sindicais

PF faz operação no ES contra fraude em registros sindicais

Cerca de 320 policiais federais cumprem mandados de busca e apreensão no ES, no DF e em outros seis Estados; gabinetes de deputados estão entre os alvos

Publicado em 30 de maio de 2018 às 11:56

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A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira (30), operação para desarticular organização criminosa suspeita de fraudes na concessão de registros sindicais junto ao Ministério do Trabalho. A operação, batizada de Registro Espúrio, cumpre 64 mandados de busca e apreensão, 8 mandados de prisão preventiva e 15 mandados de prisão temporária no DF e em sete Estados, incluindo o Espírito Santo.

Sede da Polícia Federal, em São Torquato. ( Fernando Madeira)

Os mandados foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e estão sendo cumpridos no Distrito Federal, São Paulo, Goiás, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais e Espírito Santo.

Três deputados federais são alvos da ação: Paulinho da Força (SD-SP), Jovair Arantes (PTB-GO) e Wilson Filho (PTB-PB). Os gabinetes dos três deputados são alvo de buscas. 

A prisão dos deputados foi pedida, mas negada pelo ministro do STF Edson Fachin. Segundo as investigações, o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, teria conhecimento do esquema.

Em nota, a PF informou que cerca de 320 policiais federais estão cumprindo os mandados. Também são alvos da mesma medida as sedes nacionais de dois partidos políticos e de centrais sindicais.

"Após cerca de um ano, as investigações revelaram um amplo esquema de corrupção dentro da Secretaria de Relações de Trabalho do Ministério do Trabalho, com suspeita de envolvimento de servidores públicos, lobistas, advogados, dirigentes de centrais sindicais e parlamentares", informa a nota da PF.

A PF não divulgou em qual cidade do Espírito Santo a operação acontece na manhã desta quarta-feira (30). A assessoria da PF informou que os agentes envolvidos na operação não vão dar entrevista coletiva à imprensa.

INVESTIGAÇÃO

Depois de cerca de um ano de investigação, a PF descobriu um esquema de corrupção dentro da Secretaria de Relações de Trabalho do Ministério do Trabalho. A suspeita é de que a trama envolva servidores públicos, lobistas, advogados, dirigentes de centrais sindicais e parlamentares.

São mencionados pagamentos que envolviam valores que chegaram a R$ 4 milhões pela liberação de um único registro sindical. Desde 2017, parte dos integrantes do grupo responde a uma ação por improbidade administrativa em andamento na Justiça Federal, em Brasília.

O grupo contava com certa organização. Cerca de dez servidores da pasta integravam o núcleo administrativo do esquema, que tinha a incumbência de viabilizar as fraudes, o que incluia o desrespeito à ordem cronológica dos requerimentos e o direcionamento dos resultados dos pedidos.

Já o núcleo político era formado por parlamentares e ex-parlamentares que atuavam indicando e mantendo em cargos estratégicos da Secretaria de Relações do Trabalho do MTE os servidores que faziam parte do esquema.

Aos integrantes do núcleo sindical cabia fazer o contato com os funcionários públicos encarregados de operacionalizar as fraudes.

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Os acusados responderão por organização criminosa, corrupção passiva e ativa e lavagem de dinheiro. (Com agências Estado e O Globo)

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