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Procurador da Câmara da Serra pede prisão de Cabo Porto

Procurador da Câmara da Serra pede prisão de Cabo Porto

A acusação é de que o parlamentar do PSB teria andado armado na Câmara e determinado a ação policial contra o vereador Stefano Andrade (PHS)

Publicado em 15 de maio de 2018 às 00:20

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Cabo Porto . (Fernando Madeira | GZ)

A Procuradoria-Geral da Câmara da Serra protocolou, nesta segunda-feira (14), um pedido de prisão preventiva e de afastamento cautelar das funções do vereador Cabo Porto (PSB). Na notícia-crime apresentada à Vara Criminal do município, o procurador acusa o parlamentar de abuso de poder e de associação criminosa.

Cabo Porto é um dos integrantes da Casa envolvido na polêmica da última sexta-feira (11), quando o vereador Stefano Andrade (PHS) foi autuado por porte ilegal de arma de fogo após ele, o coordenador de comunicação da Câmara, Rodrigo Ferreira Merlo, e o superintendente da Câmara, Fabrício Siqueira, terem sido flagrados pela Polícia Militar dentro de um carro com uma arma sem registro e R$11 mil em espécie. Foi Cabo Porto quem acionou as viaturas por acreditar, , segundo ele, que estava sendo perseguido.

No entanto, no ofício protocolado, o procurador-geral da Câmara, Matheus Sobreira (cujo cargo é comissionado e ligado à Mesa Diretora da Casa), levanta suspeitas de que Porto teria determinado a ação policial contra Stefano e os dois servidores, classificando-a como “cinematográfica”, por contar com “mais de cinco viaturas, uma dezena de policiais militares”. Para o procurador, houve "possível flagrante forjado".

“Ao que consta da abordagem policial, fora apreendido R$ 11.100, 00 de propriedade do Diretor de Comunicação da Câmara, Rodrigo Merlo, e ainda, uma arma calibre 32, que não é de propriedade dos servidores Rodrigo Merlo, Fabrício Alves e do vereador Stefano Andrade, a evidenciar, desta feita, possível flagrante forjado”, acusa.

Sobreira ainda lembra a denúncia feita publicamente pelo líder do governo na Câmara, Luiz Carlos Moreira (PMDB), de que Porto estaria andando armado no local, inclusive no Plenário. Em função disso, o Ministério Público estadual instaurou um inquérito para investigação.

“Os fatos narrados são de extrema gravidade, demonstrando, a prima facie, indubitavelmente, a índole do representado, refiro-me à atitude maquiavélica, intimidadora, ameaçadora, diante dos eventos aqui narrados desde março do corrente ano, sendo isso, a toda evidência, incontroverso, inquestionável e incontestável”, pontua Sobreira.

SURPRESO

Cabo Porto se declarou surpreso com as acusações, pois não foi informado pela procuradoria ou pela Presidência da Câmara sobre a notícia-crime. Ele confirma que anda com sua arma na Câmara, mas não dentro do Plenário. "Eu fui questionado pelo Ministério Público e já dei explicações. Sou um PM da reserva e já sofri atentados de morte por diversas vezes, além de estar como presidente da Comissão de Segurança da Casa. Eu tenho registro da minha arma. Quero ver quem diz que fiz ostentação ou intimidação contra alguém", afirma ele.

Ele continua: "Essa acusação relacionada ao vereador Stefano me surpreende, pois eu estava com mais sete vereadores. Eu, como policial, liguei para o comandante do policiamento local e pedi apoio sobre o veículo suspeito.  A instituição Polícia Militar tem que entrar com uma ação contra esse procurador, que é nomeado pelo presidente da Casa, Rodrigo Caldeira". 

O presidente da Mesa Diretora, Rodrigo Caldeira (Rede), também foi procurado e não atendeu às ligações da reportagem para esclarecer se o pedido contra Porto atendeu a alguma solicitação da Mesa.

INQUÉRITO POLICIAL

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A Polícia Civil informou que o delegado que recebeu o caso dos vereadores, Diego Aleluia, entrou de férias, mas ressalta que o inquérito foi concluído e será relatado à Justiça. Já o Ministério Público diz que o inquérito deverá ser enviado para o MPES e então será analisado para a adoção de possíveis medidas cíveis ou criminais, caso sejam necessárias.

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