Apesar de ainda dominantes, MDB, PP, PSDB e PT vêm perdendo peso ao longo dos anos no que diz respeito à preferência dos eleitores que decidem ingressar na política. Enquanto em 2004 as quatro principais siglas do país possuíam juntas 41,04% dos filiados no Espírito Santo o equivalente a 110.883 filiações de um total de 270.154 hoje, a fatia do grupo foi reduzida a 35,78%, o que em termos absolutos representa 122.964 de um total de 343.676 filiados. A fatia desses partidos diminuiu 5,26% desde 2004.
Os dados compilados por A GAZETA são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A trajetória das legendas no Estado é semelhante à sua situação em nível nacional. Conforme revelam dados do jornal O Globo, em 2002, o grupo de partidos detinha 49,5% do total de filiados o que representava 5,5 milhões de um total de 11,1 milhões à época.
Já em 2018, quando o número de simpatizantes registrados chegou a 16,8 milhões em todo o país, a participação dos mesmos partidos no montante é de 41%. Isso significa que em 16 anos, houve uma queda de 17%.
MOTIVOS
A reportagem tentou entrar em contato com o presidente do MDB, no Estado, Lelo Coimbra; o presidente do PT, João Coser, e o secretário geral do PSDB, Vandinho Leite. No entanto, nenhum deles deu retorno. Já o secretário geral do PP, Marcos Marinho Del Maestro, atribui a perda de integrantes aosurgimento de novos partidos políticos. A saída, diante disso, é investir no ingresso de novos simpatizantes.
Novos movimentos surgem e pessoas com ideologias diferentes acabam migrando. Mas continuamos. A solução para isso é se reinventar, temos que oxigenar com novas ideias e lideranças. Por isso estamos fazendo palestras e eventos para atrair mulheres e jovens, afirma ele.
De fato, partidos mais jovens têm ganhado mais adeptos. É o caso do PRB (criado em 2006), do PSD (em 2011), do Pros e do Solidariedade (ambos em 2013). Em 2013, os quatro possuíam 2,22% do total de filiações no Estado. Hoje, esse percentual já é de 4,89%.
No entanto, para o cientista político da Universidade Mackenzie Rogério Bapstini a fragentação partidária não é suficiente para explicar as perdas. Segundo ele, a principal razão da queda está no descolamento dos partidos em relação às demandas sociais. Diante de um contexto de crise econômica e de aumento de denúncias de corrupção, as legendas caem no descrédito.
Mesmo o fato de surgirem novas filiações não significa que haja novos militantes. Muitos se filiam apenas para cumprir as regras eleitorais. Essas pessoas não representam filiações orgânicas, o que explica a baixa densidade eleitoral dos partidos, bem como o esvaziamento das convenções, aponta.
Do mesmo modo, o historiador Rafael Simões, avalia que embora partidos maiores, como MDB, PSDB, PT e PP estejam mais expostos, a falta de credibilidade é geral. Os partidos não apresentam soluções para os problemas. Só pensam em eleições e estão alienados da realidade nacional. Eles são associados à ideia de corrupção e incompetência, disse.
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