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Bolsonaro critica STF e promete colocar generais nos ministérios

Bolsonaro critica STF e promete colocar generais nos ministérios

Pré-candidato diz que será anunciado apoio de 110 parlamentares à sua candidatura

Publicado em 4 de julho de 2018 às 17:42

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Jair Bolsonaro (PSL-RJ), deputado e pré-candidato à República. (Alex Ferreira/Câmara dos Deputados)

Mesmo dizendo que não entendia de economia, o pré-candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, fez críticas à decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF) de proibir o governo de fazer privatizações sem o aval do Congresso. Ao falar da montagem de sua administração, ele disse que, caso seja presidente, vai "escalar o seu time" de ministros com generais. Bolsonaro participou na manhã desta quarta-feira (4) de um evento da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Falando para uma plateia de empresários, Bolsonaro pediu que os industriais, que sempre votaram em outros candidatos que levaram o país à situação atual, assumam o risco e votem nele.

"Os senhores podem errar comigo. Com outros, já erraram", disse Bolsonaro, acrescentando que "não quero aventura".

Bolsonaro foi aplaudido quando falou dos militares e quando defendeu a redução de ministérios.

"Vou botar alguns generais nos ministérios, caso eu chegue lá. Qual o problema? Os outros colocaram terroristas e corruptos ninguém falava nada! Temos que reduzir o número de ministérios", disse, acrescentando:

"Que o presidente que chegar lá nomeie e escale o seu time. O presidente é como um técnico, não vai jogar bola, não vai entrar em campo, tem que ter discernimento, humildade e força para buscar solução para os problemas".

Bolsonaro disse que o STF é conhecido de forma negativa pelos brasileiros: "Hoje, conhecemos o (nome dos ministros do) Supremo na ponta da língua e, lamentavelmente, da forma que muitos de nós não gostaríamos de ser conhecidos. Mais ou tão grave quanto a corrupção é a questão ideológica. Precisamos de um presidente que chegue lá de forma isenta, que evite que o STF continue legislando, como o Conselho Nacional de Justiça (continue legislando), que o Superior Tribunal de Justiça (continue legislando)", disse, sem explicar onde a "questão ideológica" se aplicaria no Supremo.

Ao comentar a decisão do ministro Ricardo Lewandowski, que recentemente proibiu o governo de privatizar estatais sem a autorização do Congresso, Bolsonaro mandou um recado: "Com esse Supremo, vai ficar ingovernável mesmo".

Ao longo de sua fala, para escapar de perguntas mais detalhistas sobre economia, Bolsonaro repetiu várias vezes que era "humilde" e que seria até melhor ter chamado o economista Paulo Guedes para detalhar propostas no debate. Bolsonaro agradou a plateia quando disse que os patrões são os empresários.

"Jamais quero ser patrão no Brasil com essa legislação. Temos que valorizar os senhores, porque sem patrão não há empregado. Ser patrão no Brasil é ser bandido", disse ele. O pré-candidato reafirmou que é contra a política de cotas. "Sou contra cotas. Somos iguais, competentes", disse.

Perguntado sobre como iria governar sem apoio dos partidos, Bolsonaro disse ter certeza de que conseguirá sustentação no Congresso a propostas como mudanças nas políticas de cota, de gênero, na área ambiental, por exemplo.

"Se tipificarmos as ações do MST como terrorismo, será que a bancada ruralista não estará conosco? Se acabarmos com a ideologia de gênero e resgatarmos os bons valores, será que não teremos o apoio dos evangélicos, que fazem um bom trabalho no Parlamento? Se redirecionarmos a policia dos Direitos Humanos, não vamos ganhar a simpatia da população?", questionou.

Bolsonaro repetiu seu roteiro de críticas às políticas de Meio Ambiente, indigenista e de apoio aos quilombolas. Sobre minorias, o pré-candidato disse que, muitas vezes, as pessoas ficam reféns do politicamente correto e da esquerda. "Os quilombolas querem uma nova Lei Áurea"!

ALIANÇAS

O ex-capitão do Exército não quis dar detalhes de sua negociação com o PR, partido que está próximo de uma aliança:

"Não estou preocupado em fazer coligação. Quem quiser conversar, a conversa será aberta. O PR aceita (a aliança). Mas se o Magno não vier (como vice) e quiser se eleger pelo Espírito Santo, vão ter que procurar alguém do nosso meio no PR".

O pré-candidato disse ainda que na tarde desta quarta-feira (4) receberá o apoio formal de 110 parlamentares à sua candidatura. Bolsonaro fez críticas ao Parlamento, mas disse que lá tem "gente boa".

OPERAÇÃO LAVA JATO

Apesar de elogiar a Operação Lava Jato, Bolsonaro disse que há dúvidas sobre a seriedade da atuação dos órgãos de investigação em alguns casos.

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"Tem empresário honesto, o mau caráter e o chantageado. Será que o Leo Pinheiro (empreiteiro da OAS, preso e condenado pelo juiz Sergio Moro) é chantageado?".

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