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Governo federal cria missão humanitária para atender venezuelanos

Governo federal cria missão humanitária para atender venezuelanos

No anúncio, Michel Temer condena hipótese de fechamento de fronteira

Publicado em 25 de agosto de 2018 às 19:37

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Brasília - O presidente Michel Temer. (Antonio Cruz/Agência Brasil)

O governo federal anunciou na tarde deste sábado a criação de uma missão humanitária destinada ao atendimento médico de imigrantes venezuelanos que estão vivendo em abrigos no estado de Roraima. Números atualizados do governo e da Polícia Federal revelam que 127 mil imigrantes já atravessaram a fronteira venezuelana com destino ao Brasil. Desse total, 60% já deixaram o Brasil em direção a outros países da América Latina, principalmente Colômbia e Argentina.

O presidente Michel Temer participou do lançamento da missão humanitária, e aproveitou o momento para descartar qualquer possibilidade do fechamento da fronteira, que tem sido uma medida pleiteada pelo governo de Roraima numa ação no Supremo Tribunal Federal.

"Vez ou outra vem a sugestão de fechar a fronteira. Isso é inegociável. Não podemos fechar a fronteira sob o risco de cometer um ato desumano. Nossas fronteiras estão abertas, mas claro, disciplinadamente", destacou o presidente.

Nos últimos três anos, aumentou em mais de 20 vezes o número de venezuelanos atendidos pelo sistema público de saúde de Roraima, segundo informações do governo local passadas ao GLOBO. O número de atendidos passou de 7,4 mil nos 12 meses de 2016 para 45.102 atendimentos apenas no primeiro trimestre de 2018. Durante todo o ano passado 45.102 atendimentos a venezuelanos foram registrados na rede pública de saúde do estado fronteiriço.

Inicialmente, 36 profissionais de saúde oriundos de diversos hospitais universitários federais se voluntariaram para para participar da missão em Roraima, em especialidades de ginecologia, obstetrícia, pediatria, infectologia, oftalmologia. Os voluntários chegarão na região de fronteira neste domingo, em avião.

Segundo o governo federal, a equipe será composta por médicos, enfermeiros e técnicos de laboratório. Eles atuarão com o apoio do comando da Operação Acolhida, coordenada pela Casa Civil da Presidência da República, em nove abrigos em Boa Vista. Um décimo abrigo que será atendido pela missão fica no município de Pacaraima, que funciona como porta de entrada dos imigrantes.

A equipe envolvida na missão deve permanecer em Roraima até o dia 1 de setembro. A ação é promovida pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), estatal vinculada ao Ministério da Educação. O principal objetivo da missão é minimizar o impacto gerado nos serviços públicos do estado, devido ao número crescente de imigrantes venezuelanos na região.

O presidente Michel Temer acrescentou que a missão vai ajudar a desafogar os hospitais de Boa Vista. "Quando agimos em Roraima também agimos a favor dos brasileiros que estão lá. Convenhamos que Roraima não podia suportar os problemas que esse verdadeiro êxodo poderia acarretar. Ações concretas já foram tomadas. Estamos trabalhando nisso há muito tempo em todos os setores governamentais. Vários ministros têm estado permanentemente naquela região", completou.

Em Boa Vista, as ações serão voltadas aos venezuelanos que ocupam os abrigos na cidade, e em Pacaraima haverá vacinação para os imigrantes. São previstas ações educacionais preventivas em saúde, exames, testes para Hepatites B, C, HIV e VDRL, glicemia, verificação de pressão arterial, citologia de colo de útero, orientação sobre escovação dentária, prevenção e orientação sobre parasitoses intestinais, orientações sobre nutrição, consultas e orientações de oftalmologia, orientações para gestantes e amamentação, dentre outros procedimentos.

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O governo federal afirma ter liberado mais de R$ 200 milhões em ações destinadas à região da fronteira com a Venezuela. Atualmente, 4,7 mil venezuelanos vivem em abrigos de Roraima, e cerca de 1 mil imigrantes foram interiorizados para outros estados do país, com o apoio da União.

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