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Jungmann: PF pode abrir outra investigação sobre ataque a Bolsonaro

Jungmann: PF pode abrir outra investigação sobre ataque a Bolsonaro

Objetivo de eventual seria apurar envolvimento de outras pessoas no crime

Publicado em 18 de setembro de 2018 às 17:27

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O candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) na UTI do Hospital Albert Einstein. (Reprodução / Facebook)

O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, não descartou na manhã desta terça-feira (18) a possibilidade da Polícia Federal (PF) abrir um segundo inquérito sobre o ataque ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), ocorrido durante um ato de campanha em Juiz de Fora, dessa vez para apurar a suspeita de envolvimento de mais pessoas no atentado.

"Como nós queremos esclarecer tudo, a essa altura já sabemos a autoria, a materialidade do crime, tudo bem. Mas como isso é algo que muitas vezes suscita muitas dúvidas, nós, se necessário, abriremos uma segunda investigação para apurar todo e qualquer indício de que, se qualquer possibilidade de coautoria existir, evidentemente que vamos trazer a conhecimento de toda sociedade", afirmou o ministro, após deixar uma reunião com a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, realizada no gabinete dela no Supremo Tribunal Federal (STF).

O diretor-geral da PF, Rogério Galloro, também participou do encontro, mas, segundo Jungmann, teve que sair mais cedo pois tinha uma agenda a cumprir.

De acordo com Jungmann, a PF deve concluir dentro do prazo de 15 dias a primeira investigação, aberta no dia do atentado, que apura quem foi o responsável pelo ataque — que foi confessado por Adélio Bispo de Oliviera. Somente depois disso será avaliada a possibilidade de abertura de uma nova frente de investigação para apurar se houve a participação de outras pessoas no episódio.

Entretanto, ao ser questionado se um depoimento de Adélio à PF realizado na manhã desta terça-feira (18) foi no âmbito do primeiro ou segundo inquérito, o ministro disse que "não seria responsável" de sua parte determinar isso.

O Jungmann aproveitou para explicar que algumas das suspeitas que surgiram nos primeiros dias depois do atentado já foram apuradas, como um vídeo em que um homem aparecia supostamente dando um soco em Bolsonaro enquanto ele era carregado por seguranças após o ataque. Segundo o ministro, ficou comprovado que o homem no vídeo, era um dos seguranças da equipe do candidato que estava, na verdade, ajudando a carregá-lo. Ainda assim, Jungman ponderou que existem pontos do episódio a serem apurados:

"Isso não quer dizer que todo e qualquer outro indício, como a questão dos cartões (de crédito), a questão dos advogados que aparentemente deixaram o Adélio, tudo isso tem que ser investigado", seguiu o ministro.

A Justiça Federal já decretou a quebra de sigilo de quatro celulares e um notebook apreendidos com Adélio, que estão sob análise da Polícia Federal.

"Temos que dar uma resposta para a opinião publica, para que não paire nenhuma duvida, nenhuma suspeita", concluiu o ministro.

CANDIDATOS SERÃO ACOMPANHADOS POR GPS

No encontro com Rosa Weber, realizado às 11h desta terça-feira (18), Jungmann e Galloro também trataram do Centro de Controle e Coordenação de Inteligencia que será inaugurado nesta eleição e permitirá monitorar todas as eleições em todo o pais, por meio de um sistema online que contará inclusive com GPS acompanhando todos os candidatos. Além disso, o ministro comentou sobre a preocupação da pasta com a atuação do crime organizado nestas eleições e revelou que a PF está fazendo um levantamento prévio de todas a candidaturas para, posteriormente, levar as informações sobre suspeitos de envolvimento com o crime organizado para a avaliação do TSE.

"No nosso modo de entender não podemos permitir a formação de uma bancada do crime, e se por acaso eles vierem a se eleger nós temos que cassá-los pois não há lugar para criminoso ou organização criminosa na representação da soberania popular", declarou Jungman, explicando que a iniciativa envolverá também o Ministério Público e o TSE.

De acordo com o titular da Segurança Pública, atualmente existem entre 800 e 830 comunidades no Rio de Janeiro que estão sob o domínio do crime organizado e vivem um regime de exceção que atinge cerca de 1,1 milhão a 1,7 milhão de pessoas.

Após a reunião com Rosa Weber, Jungmann também lamentou as alegações de Bolsonaro sobre a suspeita de fraude nas urnas eletrônicas e disse que esse tipo de posição do candidato não é cabível.

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"Isso, em certa medida, faz parte infelizmente do jogo eleitoral, mas, de fato, não é bom porque eu acredito que a confiança no sistema, que até aqui não tem mostrado furos, é muito importante para a estabilidade das eleições e, sobretudo a estabilidade daquele que vier a ser eleito", afirmou o ministro, lembrando que o PSDB já pediu para auditar as urnas no passado e não foram constatadas irregularidades e que a própria ministra Rosa demonstrou a intenção de fazer uma demonstração "clara" da segurança do sistema e de que ele é auditável.

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