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Alexandre de Moraes autoriza senador preso a exercer mandato durante o dia

Alexandre de Moraes autoriza senador preso a exercer mandato durante o dia

Parlamentar vai poder atuar durante o dia no Senado, mas terá de voltar à cadeia à noite

Publicado em 25 de outubro de 2018 às 11:49

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O senador Acir Gurgacz (PDT-RO). (@homerondonia | Twitter)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta quarta-feira (24) autorizar o senador Acir Gurgacz (PDT-RO), atualmente preso na Papuda, em Brasília, a trabalhar de dia no Congresso Nacional, enquanto cumpre pena de 4 anos e 6 meses de prisão em regime semiaberto por crimes contra o sistema financeiro.

No regime semiaberto, os detentos podem sair do presídio durante o dia, mas precisam dormir na cadeia.

Em sua decisão, Moraes apontou que a jurisprudência do STF permite o trabalho externo de condenados em regime semiaberto, como é o caso do parlamentar. 

"Dessa forma, não vejo óbice para que o sentenciado possa realizar os seus trabalhos na Casa Legislativa a que pertence, desde que observados os requisitos que deverão ser previamente estabelecidos pelo Juízo das Execuções, ao qual deleguei a condução da presente execução penal", avaliou Moraes.

"Fica, portanto, assegurado o trabalho externo ao sentenciado, a ser exercido no Senado Federal, mediante o cumprimento das condições e horários a serem estabelecidos e fiscalizados pelo Juízo da Execução. Comunique-se, com urgência, à Casa Legislativa e àquele Juízo para a adoção das medidas cabíveis e necessárias para o cumprimento desta decisão", determinou o ministro.

Com a premissa de que o cumprimento da pena seja fiscalizado, o Supremo tem autorizado o trabalho de detentos condenados ao regime semiaberto, inclusive de parlamentares. Recentemente, os deputados federais Celso Jacob (MDB-RJ) e João Rodrigues (PSD-SC) foram beneficiados com decisões semelhantes.

Os advogados de Acir Gurgacz (PDT-RO) alegaram ao STF que o senador "ocupa cargo político, de forma legítima, sendo indispensável a sua atuação para a própria garantia da representatividade daqueles cidadãos que o elegeram".

"O trabalho encontra-se como meio adequado a permitir que o apenado, ao se submeter às regras e deveres impostos pela rotina laboral, possa por um lado se profissionalizar e, por outro, aceitar os limites impostos pela convivência em sociedade", sustentou a defesa do senador.

Em manifestação encaminhada ao STF na última quinta-feira (18), o Senado Federal se colocou à disposição da Corte para viabilizar a realização do trabalho externo pelo senador, pelo menos até o plenário da Casa deliberar sobre a perda do mandato. O parlamentar tem mandato até 2023.

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"Esta Casa Legislativa possui mecanismos que podem assegurar a efetiva fiscalização do cumprimento do aludido trabalho externo no Senado Federal", informou a Advocacia do Senado Federal. (Com informações das agências Estado e Globo)

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