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Preso, conselheiro afastado do Tribunal de Contas tem nova derrota no STJ

Preso, conselheiro afastado do Tribunal de Contas tem nova derrota no STJ

Valci foi condenado pelo Superior Tribunal de Justiça a dez anos de prisão, em 2016, por lavagem de dinheiro e peculato

Publicado em 17 de outubro de 2018 às 15:11

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Valci Ferreira no Tribunal de Contas ainda em 2007, antes de ser afastado . (Chico Guedes/ Arquivo)

O conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Espírito Santo Valci Ferreira sofreu uma nova derrota no Supremo Tribunal Federal (STF).

Por 4 votos a 1, a Primeira Turma do Supremo negou um recurso apresentado pela defesa de Valci contra uma decisão do ministro Alexandre de Moraes que manteve o conselheiro preso.

Valci foi condenado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) a dez anos de prisão, em 2016, por lavagem de dinheiro e peculato, quando alguém usa o cargo público para conseguir vantagens. As irregularidades teriam sido praticadas na administração da Assembleia Legislativa, entre 1997 e 2001.

Em agosto, o ministro Alexandre de Moraes negou um pedido de habeas corpus, mas os advogados do conselheiro afastado entraram com um recurso, chamado de agravo regimental, que é usado para tentar modificar uma decisão tomada individualmente por algum ministro.

A defesa pedia que o habeas corpus fosse julgado pelo ministro Ricardo Lewandowski e não por Alexandre de Moraes. A alegação é de que Lewandowski já tinha sido relator de outras ações relacionados ao caso. Os advogados também pediam o fim da pena, argumentando que Valci já tinha completado 70 anos na data de julgamento dos recursos, visando à prescrição da condenação.

O relator Alexandre de Moraes rejeitou os argumentos da defesa e foi acompanhado pelos ministros Luiz Fux, Rosa Weber e Luís Roberto Barroso. O único voto favorável a Valci foi o do ministro Marco Aurélio Mello.

O julgamento foi analisado e concluído no último dia 5, no plenário virtual da Turma, em que os ministros não precisam se reunir fisicamente para tomar a decisão. Seus votos são incluídos no sistema do STF. O acórdão da decisão foi publicado nesta terça-feira (16).

O advogado Aluísio Lundgren Correa, que defende Valci, foi procurado pela reportagem, mas não quis comentar a decisão. Segundo a defesa, existem outros recursos pendentes no Supremo.

VALCI ESTÁ PRESO EM VIANA

Valci Ferreira está preso na Penitenciária de Segurança Média I, em Viana, desde fevereiro deste ano.

O principal fato da denúncia que levou à condenação de Valci Ferreira e de José Carlos Gratz, ex-presidente da Assembleia Legislativa, refere-se à contratação de seguro de vida coletivo dos deputados estaduais, caso conhecido como "Seguro da Assembleia". Nele, as corretoras recebiam 70% do valor do prêmio do seguro. Parte do recurso desviado teria sido destinado a Valci por meio de cheques emitidos pela seguradora e de um contrato fictício assinado com outros réus da ação penal.

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Segundo sustentou o Ministério Público Federal (MPF), Valci, durante o período que foi presidente da Assembleia (1991-1993), teria dado origem ao esquema dos seguros.

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