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PT teme aumento da rejeição de Haddad após delação de Palocci

PT teme aumento da rejeição de Haddad após delação de Palocci

Na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, petista recebeu dicas de Lula para reta final

Publicado em 2 de outubro de 2018 às 18:59

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Fernando Haddad (PT), candidato à Presidência da República. (José Cruz | Agência Brasil)

A coordenação da campanha do candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, está preocupada com o impacto negativo da delação do ex-ministro Antonio Palocci nesta reta final do primeiro turno. A avaliação da cúpula petista é de que o material liberado na segunda-feira (01) pelo juiz Sergio Moro pode aumentar o índice de rejeição de Haddad nas pesquisas. O Ibope mostrou que o número de eleitores que não votariam de jeito nenhum no petista passou de 27%, no dia 26 de setembro, para 38%.

A campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) exibirá, na noite desta terça-feira (02), uma propaganda no horário eleitoral com referências à delação .

A degradação da imagem de Haddad no eleitorado foi assunto entre integrantes da cúpula petista na noite desta segunda, após a divulgação da pesquisa Ibope que mostrou um crescimento de 11% entre os eleitores que declararam não votar no ex-prefeito de jeito nenhum.

A apreensão do grupo é que o conteúdo do acordo, tornado público nesta segunda, ajude a cristalizar o voto útil contra o PT. O assunto foi abordado com exaustão em grupos de WhatsApp de envolvidos na campanha que ainda buscam um caminho para que as declarações do ex-ministro não atinjam Haddad. A sigla avalia que esse é o pior momento para o conteúdo vir à tona, porque é justamente quando a maioria dos eleitores está definindo, de fato, o voto.

Na avaliação dos petistas, há a tendência de que a delação de Palocci continue sendo repercutida pela imprensa e seja explorada pelos adversários. Para tentar reduzir os danos, a campanha deve passar a repercutir o discurso da força-tarefa da Lava-Jato, em especial do procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, que já descredibilizou publicamente as revelações de Palocci. Antes de fechar a delação com a PF, o ex-ministro negociou com o Ministério Público Federal, mas a proposta foi rejeitada.

Da cadeia, o ex-presidente Lula creditou a estagnação do crescimento de Haddad e o aumento de sua rejeição às críticas que ele sofreu nos programas de televisão de adversários veiculados no último fim de semana. Lula também defendeu que o movimento ostensivo realizado por lideranças evangélicas em apoio a Jair Bolsonaro, candidato do PSL, ajudou a a frear o crescimento de Haddad nas classes mais baixas.

Em encontro com o ex-prefeito nesta segunda, na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, Lula recomendou que ele focasse na preparação para o debate da TV GLOBO, que será realizado na quinta-feira, e que se mantivesse recluso na véspera do programa. Disse ainda que o ex-prefeito precisa olhar para a câmera e se dirigir para o eleitor pobre. Esse foi o último encontro entre Haddad e Lula antes do primeiro turno da eleição que acontecerá neste domingo.

Nos anexos de sua delação premiada tornados públicos ontem, Palocci afirmou que o PT gastou R$ 1,4 bilhão, mais do que o dobro dos valores declarados à Justiça Eleitoral, nas duas últimas campanhas presidenciais para eleger Dilma Rousseff, em 2010 e 2014. Segundo ele, as campanhas foram largamente abastecidas com caixa dois.

Segundo o ex-ministro, a “ilicitude das campanhas” começava nos “preços elevadíssimos que custam”. “Ninguém dá dinheiro para as campanhas esperando relações triviais com o governo”, afirmou ele, que prossegue: “As prestações regulares registradas no TSE são perfeitas do ponto de vista formal, mas acumulam ilicitudes em quase todos os recursos recebidos”.

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