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'Moro pescava com varinha, agora vai pescar com rede de arrastão'

'Moro pescava com varinha, agora vai pescar com rede de arrastão'

Presidente eleito disse ainda que vai voltar a Brasília na próxima semana

Publicado em 10 de novembro de 2018 às 01:06

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Presidente eleito Jair Bolsonaro em entrevista a TV Globo. (Reprodução)

O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) afirmou, nesta sexta-feira, que o juiz Sergio Moro , escolhido por ele para comandar o Ministério da Justiça , vai agora pescar "com rede de arrastão" e que antes pescava "com varinha", numa referência ao poder que o magistrado terá no cargo para combater a corrupção.

Em uma transmissão ao vivo pela internet, Bolsonaro citou uma operação policial de combate a desvio de recursos e avisou a quem comete crimes:

Sergio Moro vai pegar vocês. Abra teu olho. Ele lá agora, ao contrário do que alguns estão falando aí... Ele pescava com varinha, agora vai pescar com rede de arrastão de 500 metros. Queremos isso, o povo quer isso: combater a corrupção e o que está errado, para sonhar com aquilo que merecemos.

O presidente eleito negou que tenha conversado com o magistrado durante a campanha e disse que só o recebeu após o segundo turno.

Ele disse o que queria para combater a corrupção. Ele quer carta branca. Não tem como falar não para ele. Ele terá toda a liberdade para trabalhar.

Sobre as divergências que podem surgir com o futuro ministro da Justiça, Bolsonaro disse que eles podem chegar a um meio termo e citou como exemplo a redução da maioridade penal.

Vamos supor que a gente pense diferente sobre a maioridade penal. A gente pode chegar ao meio termo de 17 anos - disse se referindo a idade para que o jovem responda por crimes que cometeu.

REAJUSTE DO JUDICIÁRIO

O presidente eleito reclamou de estarem "colocando" na sua "conta" o reajuste do salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O Senado aprovou esta semana o aumento para salário dos ministros, que vão passar a ganhar R$ 39,2 mil. A proposta foi enviada pelo próprio Supremo ao Congresso e agora precisa ser sancionada pelo presidente Michel Temer.

Deixo bem claro: não sou o presidente da República. Estão colocando na minha conta o reajuste do Judiciário, como se eu tivesse poderes para impedir. Eu dei minha opinião, de que era inoportuno aquilo no momento, mas a decisão não é minha. A decisão está nas mãos do presidente Michel Temer. Querem colocar na minha conta para começar com problemas junto às instituições, afirmou.

Ele declarou ainda que voltará na próxima semana a Brasília para continuar o processo de transição.

Fiz as visitas protocolares, visitei o presidente do STF, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), o presidente da República, os três comandantes militares, o ministro da Defesa. Semana que vem, volto (a Brasília). Vai ser uma semana curta, tem feriado na quinta. Um dia vai ser para visita e outro no Banco do Brasil, onde estamos fazendo a transição.

MEIO AMBIENTE

Durante a transmissão ao vivo, Bolsonaro comentou também sobre a política para o Meio Ambiente.

Por que não podemos fazer acordos para explorar a nossa biodiversidade amazônica com alguns países? Sem viés ideológico.

Em outro momento, o presidente eleito ressaltou que "quem vai nomear o ministro do Meio Ambiente é Jair Messias Bolsonaro" e indicou que a escolha será divulgada na próxima semana. Afirmou ainda que quer facilitar a vida dos produtores agrícolas:

Quero vocês (ambientalistas) trabalhando de verdade e não trabalhando para o interesse, por parte de alguns de vocês, de fora do Brasil . Vocês do Meio Ambiente não sabem o que é produzir, muitos de vocês, não sabem o quanto é difícil ser agricultor e produtor rural no Brasil.

Em seguida, ao citar uma investigação por crime eleitoral ao qual respondeu, Bolsonaro indicou mudanças no trabalho do ministério do Meio Ambiente.

Não podemos nos submeter aos caprichos dos fiscais do Ibama e do ICMBio. Se eu, como deputado federal fui massacrado, imagina o cidadão comum — disse sobre uma investigação de pesca irregular em que nega ter cometido.

Em sua fala, Bolsonaro citou os ministros já escolhidos e relembrou que o general Augusto Heleno vai para o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e não mais para o Ministério da Defesa.

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Abriu a oportunidade da Defesa ir para outra pessoa. Só não abro mão de ser um quatro estrelas (como ministro da Defesa), um oficial general do último posto. O resto, a gente conversa se vai ser da Marinha, Aeronáutica ou do próprio Exército. Só tem que ser um quatro estrelas, disse Bolsonaro.

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